A presidente Dilma Rousseff não precisará de nenhum truque, factoide, aliança milagrosa, bandeira mágica ou manobra esperta para pleitear sua reeleição na disputa do próximo ano. Sua candidatura decorre de uma trajetória de vida dedicada à luta ininterrupta pela democracia, materializada na resistência inarredável à ditadura e na dedicação integral à execução do projeto democrático e popular que chegou ao governo em 1º de janeiro de 2003, que cumpriu oito anos com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e prossegue com o governo Dilma, já prestes a concluir seu terceiro ano. Sua candidatura à reeleição surge, portanto, absolutamente natural.
O legado destes mandatos, conquistados e conduzidos por uma aliança liderada pelo PT, é bem conhecido pelo povo brasileiro. Nestes quase onze anos de governo, o Brasil e seu povo passaram por transformações significativas. Milhões de brasileiros saíram da pobreza e ingressaram na classe média, reduzimos substancialmente as desigualdades sociais e regionais, atingimos o pleno emprego, promovemos uma consistente política de valorização do salário mínimo, ganhamos respeito e admiração da comunidade mundial, tudo isso com a inflação mantida sob controle.
O Brasil deixou ser um pária internacional, de pires na mão, pedindo socorro ao FMI, e passou a ser credor daquela agência internacional – inclusive criando uma reserva cambial de mais de U$ 350 bilhões. Por isso, mesmo diante da mais grave crise econômica internacional dos últimos tempos, a economia do País continua resistindo, a despeito do discurso pessimista de parte da mídia.
Apesar das inquestionáveis realizações levadas a efeito pelos governos Lula e Dilma, ainda há muito a fazer e não podemos incorrer no erro de permitir a volta das políticas neoliberais, que martirizaram o povo com desemprego em massa, arrocho salarial, irresponsabilidade fiscal – que quebrou o país em três ocasiões e comprometeu profundamente nossa autonomia nacional.
Esse cenário aponta para a necessidade da manutenção das atuais políticas de desenvolvimento com distribuição de renda e inclusão social. Tais políticas, no segundo mandato de Dilma Rousseff, podem e devem ser ampliadas, já que, com o começo da exploração do petróleo do pré-sal, haverá mais recursos para setores vitais, como educação e saúde.
É com essas credenciais que o PT e seus aliados marcharão rumo à reeleição da presidenta Dilma, certos de que estamos levando adiante um projeto que está transformando o Brasil num país mais democrático, mais próspero e mais justo.
José Guimarães é deputado federal (PT-CE) e líder do partido na Câmara
Texto publicado originalmente no jornal O Povo, neste domingo, 20 de outubro