Direção petista defende que Dilma apresente programa claro de reformas para quando retornar ao governoDeter o golpe é possível, urgente e necessário, afirma o Diretório Nacional do Partido dos Trabalhadores, que na última terça-feira (17), reunido em Brasília, debateu a conjuntura política, o processo de impeachment e as eleições de 2016. A direção petista aprovou duas resoluções (sobre conjuntura e eleições) que devem orientar a militância diante dos desafios postos.
Para reverter o golpe, o Diretório nacional do PT considera essencial a articulação das forças do campo democrático e popular, combinando “ação massiva e combate parlamentar para inviabilizar as medidas antipopulares” do governo golpista, “denunciar seu caráter ilegal e impedir sua consolidação no comando do Estado”, além da continuidade da articulação internacional, “que no último período já foi fundamental para a denúncia do golpe em curso”.
Sobre as eleições 2016, foi decidido que “o PT não apoiará candidatos(as) que votaram e/ou apoiaram publicamente o impeachment”. No processo de disputa municipal, “o partido e suas pré-candidaturas devem prosseguir na luta em defesa da democracia, em oposição ao governo usurpador e na volta da presidenta Dilma com um programa de mudanças”.
A direção nacional petista defendeu, ainda, uma “avaliação autocrítica dos erros cometidos” pelo partido e seus governos, entre eles a prioridade conferida ao “pacto pluriclassista que permitiu a vitória do ex-presidente Lula em 2002”, a pouca atenção à necessidade de construir uma força política, social e cultural capaz de dirigir e transformar o País e o fato de ter preterido “tarefas fundamentais como a reforma política, a reforma tributária progressiva e a democratização dos meios de comunicação”.
O Diretório Nacional também reconhece o erro do envolvimento de quadros e dirigentes “em práticas dos partidos políticos tradicionais, o que claramente afetou negativamente a imagem do PT e abriu flancos para ataques de aparatos judiciais controlados pela direita”. As sequelas dessas práticas, afirma a resolução, “debilitaram o PT e fragilizaram o conjunto da esquerda frente à escalada golpista”.
O PT também propõe que a presidenta Dilma Rousseff apresente rapidamente um compromisso público sobre o rumo de seu governo depois de derrotado o golpismo, defendendo uma ampla reforma política e medidas capazes de retomar o desenvolvimento, a distribuição de renda e a geração de empregos.
Leia a íntegra das resoluções aprovadas pelo Diretório Nacional do PT: