A imprensa nacional omite, sendo obrigada a noticiar apenas quando organismos globais ou autoridades internacionais fazem o registro: o governo brasileiro é um dos mais transparentes do mundo. Assim como fez, em 2012, a secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, ao afirmar que a presidente Dilma Rousseff “está estabelecendo um padrão mundial na luta contra a corrupção” e que, graças a medidas dos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff, principalmente, o Brasil é um dos países mais transparentes do mundo.
Foi para firmar essa marca que o Ministério da Fazenda começou a divulgar, nesta quarta-feira (14), a alista dos 500 maiores devedores de tributos e impostos do Brasil.
A dívida acumulada é de R$ 392,3 bilhões – dos quais R$ 103,3 bilhões estão em parcelamento; R$ 43,7 bilhões estão suspensos por decisão judicial; R$ 16,2 bilhões estão depositados em garantia e em cobrança R$ 229 bilhões.
A primeira empresa da lista, liderando o ranking dos maiores devedores, É a Vale S/A. A dívida total é de R$ 41,9 bilhões. Desse valor, R$ 746 milhões estão em garantia; R$ 32,9 bilhões estão suspensos por decisão judicial e R$ 8,3 bilhões estão parcelados. A segunda empresa é a desconhecida Carital Brasil Ltda. Sua dívida, em cobrança, corresponde a R$ 24,9 bilhões. Essa empresa, desconhecida, negociou a compra e a venda da Parmalat, empresa de laticínios. A terceira maior devedora é a Petrobras, cuja dívida total é de R$ 15,6 bilhões e que está parcelada.
Dentre os nomes dos 500 maiores devedores, algumas empresas famosas, como o Banco Nacional que ficou no centro do escândalo do Proer. O banco foi socorrido pelo governo de FHC e hoje, em liquidação judicial, deve para os cofres da União o valor de R$ 2,6 bilhões. Esse valor está parcelado e em garantia têm R$ 1,9 milhão.
Outra empresa que era famosa e uma referência na mídia especializada brasileira era a Gazeta Mercantil. Sua dívida corresponde a R$ 435,4 milhões. Um outro nome conhecido que está entre os maiores devedores é o de Hamilton Lucas de Oliveira, cuja dívida individualmente é de R$ 266,3 milhões. Hamilton era dono da IBF Formulários, que depois adquiriu o jornal especializado Diário do Comércio e Indústria (DCI).
Marcello Antunes