Donizeti: opositores não falam um “a” sobre a roubalheira no seu próprio quintalSem propostas a apresentar, integrantes da oposição ocupam diariamente a tribuna do Senado para criticar – e até mesmo ofender – o PT e o governo da presidenta Dilma como se os governos neoliberais e privatistas fossem sinônimos de garantia de proteção social. O senador Donizeti Nogueira (PT-TO) até reconheceu a habilidade de alguns parlamentares da oposição, mas observa que os oradores não falam um “a” sobre a roubalheira no seu próprio quintal. Ele conclui que “a maior crise que vivemos hoje não é a crise econômica, mas a crise do desespero dos partidos de oposição do medo de que, se chegar a 2018, eles vão perder novamente a eleição”.
Esse ponto central, colocado pelo senador Donizeti na tarde da quinta-feira (2), quando discursou da tribuna, certamente será discutido por tucanos neste final de semana. Isso porque, como está nos jornais desta sexta-feira (3), enxergam fadiga para continuar mais três anos e meio na oposição.
Literalmente, sem molhar o bico, sem outra tática e sem projeto de governo, a alternativa que resta é atacar dia e noite o PT e a presidenta Dilma, fingindo que não é com eles a satisfação cobrada pela sociedade sobre escândalos como a máfia dos fiscais, em São Paulo; o rombo das ambulâncias; o rombo na Sudam; o rombo do Banco Marka, de R$ 1,8 bilhão; o rombo no Banestado de R$ 42 bilhões; o rombo da máfia dos vampiros, de R$ 2,4 bilhões; o mensalão mineiro, de alguns bilhões, cujo status até agora é de “engavetado”.
Ele lembrou de outros escândalos na gestão privatista dos tucanos, como o vazamento de informação privilegiada que beneficiou o Banco Nacional durante o Proer; a tentativa de privatizar o INSS, a Dataprev, o escândalo do Sivam ou da Bioamazônia. Neste caso especificamente, os tucanos queriam transferir para um laboratório amigo, da Suíça, a descoberta de enzimas feita por cientistas brasileiros. Os cientistas brasileiros iriam recolher cepas de microorganismos vivos da Amazônia, pesquisar e remeter para o laboratório na Suíça transformar em remédio, receber nada em troca. Os cientistas brasileiros iriam ser compensados com o brinde de uma viagem para conhecer a instalação da empresa.
“Precisamos falar do escândalo do trensalão em São Paulo, que o Ministério Público afirmou que o desvio chega a 30% em superfaturamento e desvios”, citou.
Donizeti disse que as falcatruas cometidas pela oposição não tiram a responsabilidade do governo atual e nem concorda com os erros cometidos por algumas pessoas. “Não posso aceitar é que aqueles que sucatearam o Brasil, que arrombaram o Brasil, que compraram a reeleição, que entregaram a Vale do Rio Doce por R$ 3,8 bilhões quando valia R$ 98 bilhões, sejam apresentados como paladinos da moralidade pública. Precisam parar de mentir. Esses senadores são da oposição responsável pela quebradeira no País”, acusou.
“Há uma grande questão em jogo: não é tirar uma presidente da República, é estraçalhar a economia brasileira, que não está estraçalhada, para favorecer interesses internacionais que não são os interesses nacionais. Não venham me falar aqui de roubalheira, porque são favorecidos pela roubalheira neste País há muitos anos. No governo eles compraram a reeleição, mas hoje acusam, mentem em todos os aspectos”, salientou.
Para ele, não se corrige em apenas 12 anos o crime cometido durante mais de 500 anos contra o povo brasileiro, da exclusão, da exploração, crimes cometidos por uma elite gananciosa e perversa que sempre trabalhou por seus interesses mesquinhos. “Aqueles que sempre exploraram o povo e que o impediam de buscar sua emancipação não retornarão, porque não estão preparados para governar com inclusão social, com solidariedade e desenvolvimento”, afirmou.
Marcello Antunes
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