Donizeti sobre ataque de golpistas a mulheres negras: um atentado contra a democraciaO dia 18 de novembro, em que 30 mil mulheres negras marcharam até o Congresso Nacional, é uma data para ficar marcada na história do Brasil, de acordo com o senador Donizeti Nogueira (PT-TO). Em discurso ao plenário nesta quinta-feira (19), ele saudou as 200 manifestantes do estado do Tocantins que participaram da movimentação. “Elas marcharam contra o racismo, contra o machismo, contra a violência contra a mulher e todo o tipo de preconceito e discriminação”, comemorou, lembrando que é assim que se faz democracia e se constrói um Brasil melhor, “com inclusão social, com igualdade racial, com direitos humanos e da da mulher”.
Ele ainda saudou o Dia Nacional da Consciência Negra, comemorado nessa sexta-feira (20), e criticou os movimentos pró-impeachment da presidenta Dilma, que tomaram conta dos gramados em frente ao Congresso e tentaram impedir a chegada da Marcha. “Foi uma linda manifestação que nem mesmo a intervenção fascista, reacionária conseguiu paralisar”, disse.
Donizeti condenou a violência dos adversários da Marcha. “Foi um atentado contra a democracia”, disse. ”Eu não quero tirar o direito de ninguém se manifestar, porque assim eu estaria deixando de ser democrático, mas aquele acampamento ali, onde está, fere um direito constitucional de todos os brasileiros e brasileiras, que é a liberdade de ir e vi, naquele espaço” explicou.
Para o senador, a sede do acampamento “fundado” há mais de um mês impede o livre trânsito dos ônibus de turistas que vem conhecer o Congresso e dos movimentos sociais que querem se manifestar.
Mariana
Donizeti também falou sobre a catástrofe que se abateu sobre Minas Gerais, devastando completamente o distrito de Bento Rodrigues. Para o parlamentar, a tragédia só não é maior que a crise hídrica que ameaça todo o País.
Ele comentou a proposta apresentada por parlamentares que sugerem buscar água no subsolo. “Mas, se não resolvermos o problema, se não conseguirmos combater a devastação, não promovermos a recuperação das matas ciliares, a recuperação das nascentes, a proteção dos abastecedores, dos aquíferos – pois a água entra e vai pelos aquíferos –, daqui a pouco tiraremos a água do subsolo, e ela acaba”, alertou.
O senador sugere uma ação articulada. Que a água seja retirada do subsolo, sim, mas que sejam feitas ações de recuperação de vegetação, da agricultura de plantio em nível e de plantio direto. A primeira, explicou, é uma saída para não assorear os rios; a segunda, uma maneira de evitar o pé-de-grade, que impede a água de infiltrar-se.” O País clama por uma solução articulada, integrada, que possibilite o ciclo natural, de a água subir e descer, abastecer a vida e continuar abastecendo para sempre”, explicou.
Em aparte, o líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS) lembrou que a preservação da água precisa ser feita por meio de políticas rigorosas e modernas.
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