Plenário

“É hora de unir o Brasil pelo bem maior da democracia”, declara senador Rogério

Em defesa da democracia e das instituições líder do PT no Senado Federal convoca o país a superar a polarização e retomar o caminho do diálogo, da justiça e da reconstrução nacional

Daniel Gomes

“É hora de unir o Brasil pelo bem maior da democracia”, declara senador Rogério

Senador Rogério durante pronunciamento em plenário

Em um pronunciamento contundente e repleto de apelos à razão, à democracia e à união nacional, o líder do PT no Senado Federal, senador Rogério Carvalho (PT-SE), usou a tribuna nesta quinta-feira (29/5) para defender a força das instituições brasileiras e convocar o país a um novo ciclo de reconstrução coletiva, com base no respeito, na verdade e na convivência pacífica. A fala do parlamentar ocorre num momento de forte tensão institucional e crescente radicalização nos discursos políticos e nas redes sociais.

“Vivemos numa democracia republicana, onde constitucionalmente existem três poderes, e cada um tem sua função. É o que nossas crianças aprendem no ensino fundamental — e é o que muitos parecem ter esquecido”, afirmou o senador. Com críticas a movimentos que buscam deslegitimar o Judiciário e o Legislativo, Carvalho alertou para o perigo de enfraquecer pilares fundamentais do Estado de Direito.

Crítica à desinformação e apelo à verdade

O líder do PT denunciou o uso sistemático de fake news e narrativas distorcidas que acusam o Supremo Tribunal Federal (STF) de extrapolar suas funções. Para ele, tais ataques têm o objetivo claro de minar a credibilidade das instituições democráticas. “Estão espalhando informações falsas que tentam fazer crer que o Judiciário está usurpando o papel do Legislativo. Isso não é verdade. O STF só atua quando provocado, e cumpre sua função de interpretar a Constituição diante dos fatos”, defendeu.

Citando o ministro do STF, Dias Toffoli, Rogério Carvalho destacou o papel temporal de cada um dos três poderes. “O Judiciário olha para o passado, o Legislativo aponta para o futuro, e o Executivo cuida do presente. Cada poder tem sua missão e sua responsabilidade. E é justamente esse equilíbrio que mantém viva a nossa democracia”, destacou.

”A democracia exige maturidade e profundidade”

Num trecho emocionado e profundamente político, o senador chamou a atenção para a superficialidade dos debates travados atualmente, especialmente nas redes sociais. “Análises rasas só servem para lacração. Precisamos ir à raiz dos problemas, com respeito às divergências. A democracia exige maturidade e disposição para o diálogo”, afirmou, chamando os parlamentares a exercerem um papel pedagógico e responsável diante da sociedade.“Somos, novamente, a décima economia do mundo. Este país tem um poder regenerativo extraordinário. E o que fazemos? Falamos mal do Brasil o tempo inteiro. Falamos mal das instituições o tempo inteiro. Isso precisa parar”, acrescentou.

Defesa do multilateralismo e crítica ao autoritarismo global

Ainda em seu pronunciamento, o senador fez duras críticas à postura recente dos Estados Unidos na cena internacional, ao questionar a retirada do apoio norte-americano a órgãos multilaterais como a OMC e a ONU. Para ele, o enfraquecimento desses organismos “abre espaço para relações de dominação, baseadas na força e não na diplomacia”. “Quando um país abusa de seu poder para impor seus interesses, ele ataca diretamente os direitos de países mais frágeis. É por isso que precisamos de instituições multilaterais fortes”, reforçou.

Um chamado à união nacional e ao respeito à institucionalidade

Carvalho também fez um forte apelo à união nacional. Disse que é hora de olhar para o que nos une, e não para o que nos separa. “Temos o dever de construir um país melhor, com mais justiça, inclusão, liberdade e respeito. Precisamos, como nação, abandonar os instintos primitivos do justiçamento, do ódio e da intolerância. Precisamos valorizar a solidariedade, a compaixão e o amor — valores que estamos esquecendo”, alertou.

Dirigindo-se ao plenário, Carvalho foi enfático aí afirmar que “o presidente da República representa 216 milhões de brasileiros, não apenas seu partido”. “Atacar instituições é atacar o próprio Brasil. Precisamos parar com esse comportamento menor, que deseduca o povo e enfraquece a nossa democracia”, ressaltou.

Ao final, o líder petista convocou todos os senadores e a sociedade brasileira a se comprometerem com um novo ciclo político e social. “Aqui, devemos ter liberdade para ir fundo, mas não no extremismo — e sim na radicalidade no sentido de ir à raiz dos problemas. Quando debatemos com seriedade e sem preconceitos, juntos, conseguimos melhorar a vida do povo brasileiro”, concluiu.

To top