A deputada federal Gleisi Hoffmann (PR), presidenta nacional do PT, alertou que o governo Bolsonaro insiste em tentar vender a Eletrobras a toque de caixa e a preço de banana. Gleisi lembrou que o Tribunal de Contas da União (TCU) pode retomar o julgamento da privatização esta semana e ressaltou o absurdo que é entregar uma empresa estratégica para o desenvolvimento do país às vésperas de uma eleição presidencial.
“Essa semana, o TCU retoma o julgamento da privatização da Eletrobras. Além do preço baixíssimo de venda, governo Bolsonaro está no fim. Não dá pra entregar empresa estratégica às vésperas das eleições”, argumentou Gleisi, acrescentando que o PT vem tomando diferentes medidas judiciais para impedir esse verdadeiro atentado à soberania.
A tentativa de venda da Eletrobras está cheia de indícios de irregularidades. Várias denúncias apontam que o valor da empresa está subestimado pelo governo em dezenas ou até mesmo centenas de bilhões de reais.
A ex-presidenta Dilma Rousseff definiu a tentativa de vender a maior empresa de energia da América Latina como “assalto completo ao povo brasileiro”. Segundo Dilma, todo país que quer se desenvolver se preocupa em garantir o fornecimento de energia barata.
O risco real de desindustrialização é um dos pontos apontados também por Victor Costa, do Coletivo Nacional dos Eletricitários (CNE), uma das 34 entidades que divulgaram um manifesto contra a venda da Eletrobras. Costa aponta ainda o aumento da tarifa, que prejudicará toda a população, pois certamente vai gerar inflação; o fato de a privatização prever o aumento do uso de usinas a gás, o que significa mais poluição; e a criação de um oligopólio privado no setor energético como outros prejuízos que a venda da Eletrobras pode trazer ao Brasil.
O senador Jean Paul Prates (PT-RN) protocolou requerimento para ouvir, na Comissão de Infraestrutura, representantes dos ministérios da Economia e de Minas Energia (MME). Segundo ele, não estão claras as condições levadas em consideração para compensar a Eletrobras pela capitalização de Itaipu Binacional e da Eletronuclear.