Censura à cantora norte-americana, impedida de |
Ao homenagear a cantora e compositora Joan Baez, que foi proibida de cantar no Teatro da Pontifícia Universidade Católica
Em pronunciamento no plenário nesta quinta-feira (20), Suplicy comemorou o regime democrático que permitiu a vinda da cantora ao País para, finalmente, se apresentar – o senador é fã incondicional da cantora. E se disse assombrado com as notícias de que, no próximo sábado, algumas pessoas se preparam para enaltecer a intitulada Marcha pela Família, com Deus pela Liberdade.
“Eu aqui lhes digo quão importante é para nós, brasileiros, perceber que, naquela época, dos 21 anos de regime militar, não tínhamos eleições diretas para a presidência, para elegermos o prefeito das capitais, das estâncias climáticas; não havia liberdade efetiva de imprensa e tantos shows e peças de teatro foram probidos”, recordou o senador.
“Na democracia, embora se respeite a vontade da maioria, os direitos fundamentais dos indivíduos e das minorias têm que ser protegidos”, disse Suplicy, lembrando que, além de direitos, cidadãos que vivem sob o regime democrático têm o dever de participar do sistema político.
“Eu tinha 22 anos quando os militares deram o golpe de Estado, em 1964, e estabeleceram um regime de exceção no País, que não queremos mais que venha a acontecer”, insistiu o senador ao citar que, uma vez instalados no poder, os militares esqueceram suas promessas de dar início rapidamente a uma transição para a democracia.
“Vinte e um anos se passaram e, nesse período de exceção, além da mácula da tortura, das prisões ilegais e do sofrimento imposto a várias famílias de brasileiros que defendiam o retorno imediato do regime democrático, o Brasil, como nação, e seu povo perderam muito de sua identidade, que, agora, tentamos a duras penas, com avanços e retrocessos, resgatar”, mencionou.
Giselle Chassot