A educação brasileira evoluiu e está mais voltada para a infância, avalia James Heckman, vencedor do Prêmio Nobel de Economia no ano 2000. Ele não vinha ao Brasil havia dois anos, e ontem participou do seminário “Educação das crianças na primeira infância: a experiência brasileira e internacional”, que foi organizado pela Escola de Pós-gradução em Economia da Fundação Getulio Vargas (EPGE/FGV), no Rio de Janeiro.
Na avaliação do economista, especializado em educação, o fato de o Brasil preocupar-se agora mais com a educação infantil – que engloba as crianças de até cinco anos de idade – é fruto de um progresso natural, no qual as escolas passam a ser o foco de ação governamental na área educacional, ao contrário do que ocorria antes, quando o ensino superior era o alvo prioritário do governo.
“No passado, os esforços brasileiros eram concentrados no ensino superior, nas universidades públicas”, afirmou Heckman, que leciona na Universidade de Stanford, na Califórnia, Estados Unidos.
Para ele, o governo brasileiro precisa pensar e elaborar a educação infantil de forma integrada com outras áreas, incluindo na formulação das políticas públicas educacionais a saúde e a segurança pública.
Heckman também defende a ideia de que o governo brasileiro precisa tomar medidas para alterar as regulações de pesquisa, de maneira a incentivar parcerias entre instituições de ensino ou pesquisa públicas e empresas privadas.
“Nos Estados Unidos, você vê farmacêuticas trabalhando junto com empresas de informática e universidades. Há várias parcerias entre as companhias instaladas no Vale do Silício e a Universidade de Stanford”, afirmou.
Na visão de Heckman, o Brasil possui boas universidades, que poderiam alavancar as pesquisas, colocando o país no mapa mundial da ciência. “O Brasil poderia ter um forte impacto na indústria de pesquisa, porque há ótimas universidades e centros de pesquisa aqui”, disse.
Fonte: Valor Econômico