Efeito Dilma impulsiona candidaturas femininas nas eleições

Em quase meia centena de municípios brasileiros, uma mulher vai ocupar a prefeitura nos próximos quatro anos. Nessas cidades, apenas mulheres registraram candidatura e concorrem ao cargo. Para as candidatas, a eleição de Dilma Rousseff e a aprovação de seu governo garantiram o estímulo que faltava para que mais mulheres se lançassem no mundo da política.

Em 2008, municípios onde só mulheres concorriam ao cargo máximo do Executivo eram apenas 32.

A participação feminina nas eleições deste ano cresceu 85,8% em relação à eleição ocorrida há quatro anos, considerando os cargos eletivos de prefeito, vice-prefeito e vereadores. Dos 480.131 candidatos este ano, 150.982 são do sexo feminino, o que corresponde a 31,4% do total, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral.

Do total de candidatos que concorrem a prefeituras, 1.942 ou 12,5% são mulheres. Entre os que pleiteiam a vice-prefeitura, o sexo feminino corresponde a 17,2% ou 2.709. Entre os candidatos a vereador, 32,5% dos que pretendem ocupar uma vaga nas Câmaras são mulheres, totalizando 146.331 candidatas. Com isso, pela primeira vez o número de candidatas mulheres para o cargo de vereadora ultrapassa o mínimo exigido pela lei de cotas (30%).

Cotas

Criada em 1995, a Lei de Cotas de Gênero sofreu uma alteração em 2009 e agora obriga os partidos a ter um mínimo de 30% de mulheres em suas chapas parlamentares. Antes, a legislação obrigava as legendas a “reservar” as vagas, enquanto agora é preciso “preenchê-las”. Especialistas e cientistas políticos dizem que, além da lei de cotas, uma nova realidade do país também vem contribuindo para a ascensão das mulheres na política. A eleição de Dilma e o fato da então candidata Marina Silva (PV) ter obtido quase 20% dos votos no primeiro turno impulsionaram esse novo cenário.

Mesmo assim, a participação feminina no universo político ainda é pequena se comparada ao resto do mundo. Com 52% do eleitorado formado por mulheres, o Brasil tem apenas 9% de deputadas federais, um média bem inferior ao percentual mundial (20,3%).

No topo do ranking organizado pela organização estão Ruanda em primeiro lugar, com 56,3% (único país com maioria feminina na política), seguindo de Andorra (50%), Cuba (45,2%) e Suécia (44,7%). No final da lista, junto com o Brasil (120º) estão países como Panamá (121º), Benin (122º) e Gana (123º). Arábia Saudita e Catar estão na última posição (144º). No Senado, são apenas 10 mulheres entra 81 membros, ou seja, 12% – contra, por exemplo, 38% na Argentina. Entre os vereadores, após a eleição de 2008, o total de mulheres chegou a 12,5% e entre os prefeitos, apenas 10%.Com informações das agências onlines

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