Agência Brasil

Prioridade do governo, a queda do preço dos alimentos em junho trouxe alívio para o bolso das famílias
O controle da inflação, ao contrário do que sugere a cantilena do mercado financeiro, é prioridade para o governo Lula, assim como o aumento do emprego e da renda das famílias que compõem a base da pirâmide social brasileira. Reflexo dessa política que prioriza a distribuição de renda, a inflação vem desacelerando para as faixas de renda mais baixa, puxada pela queda no preço dos alimentos, aponta o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
Segundo medição do Ipea, entre maio e junho, a inflação caiu para as três faixas da população com os rendimentos mais baixos, entre seis grupos analisados pelo instituto: renda muito baixa (de 0,38% para 0,20%), baixa (de 0,36% para 0,21%) e média-baixa (de 0,31% para 0,23%).
Ao mesmo tempo, em junho, a inflação dos alimentos cedeu 0,43%, de acordo com o instituto. “Toda aquela pressão que a gente tinha visto sobre a inflação dos mais pobres, que estava muito forte por conta dos alimentos, começa a se reverter”, declarou a pesquisadora do Ipea Maria Andreia Lameiras, em entrevista à Folha de S. Paulo. “Isso trouxe um alívio muito grande para as camadas de renda mais baixa”, constatou a pesquisadora.
O Ipea classifica os rendimentos das famílias nas categorias Renda muito baixa (menor que R$ 2.202,02), Renda baixa (entre R$ 2.202,02 e R$ 3.303,03), Rendamédia-baixa (entre R$ 3.303,03 e R$ 5.505,06), Rendamédia (entre R$ 5.505,06 e R$ 11.010,11), Renda média-alta (entre R$ 11.010,11 e R$ 22.020,22), e Rendaalta (maior que R$ 22.020,22).
Na outra ponta, os mais ricos sentem a pressão causada pelo setor de serviços. O Ipea aponta que, de maio para junho, a inflação subiu de 0,21% para 0,27%. Para a faixa ainda mais alta de rendimento, o índice também acelerou, de 0,08% para 0,28%.
Controle dos preços dos alimentos é prioridade
Para o ministro do Desenvolvimento, Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), Wellington Dias, a inflação dos alimentos vem cedendo por causa das ações do governo Lula. Ao programa Bom Dia, Ministro exibido na terça-feira (22) pela Canal Gov da EBC, Dias explicou que há um trabalho integrado entre o MDS e os ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Pesca e outros, e estados e municípios e empresas para garantir a oferta de alimentos, evitando oscilações nos preços.
“São produtos que são da alimentação de cada região do Brasil, compramos alimentos e garante, com a Conab, com o setor privado, a armazenagem desse estoque”, explicou o ministro. “[Se] em algum momento há subida de preço, [aí] libera [alimentos] dos estoques. Com isso a gente garante um preço adequado”.
“Quando a gente passar por dezembro e olhar o que foi o ano de 2025, provavelmente as famílias de renda mais alta vão estar com uma inflação maior. Vão estar sentindo mais a pressão de serviços e vão estar se beneficiando menos da desaceleração dos preços dos alimentos”, destacou Lameiras.
Mercado projeta queda do IPCA pela oitava vez
Não à toa, setores do mercado, a contragosto, têm revisado repetidamente as projeções para o IPCA neste ano: na segunda-feira (21), o Boletim Focus, publicado pelo Banco Centra, informou que o sistema financeiro espera uma redução do índice passou para 5,10% em 2025. Na semana passada, o mercado previa 5,17%.
Trata-se da oitava revisão consecutiva do indicador. Já para o ano de 2026, a projeção da inflação foi reduzida de 4,5% para 4,45%, ou seja, já dentro do teto estabelecido pela autarquia, de 4,5%. Para 2027 e 2028, as previsões são de 4% e 3,8%, respectivamente.