Efeito mensalão passa distante das eleições, dizem analistas

Para o professor da Unicamp, Marcos Nobre, o julgamento no STF teve influência “próxima a zero” nas eleições municipais.

O julgamento da Ação Penal 470 pelo Supremo Tribunal Federal (STF), conhecido por mensalão e considerado por muitos como o julgamento do século, não influenciou o resultado do primeiro turno das eleições de 2012. A afirmação é do cientista político da Universidade de Brasília (UnB), João Paulo Peixoto, em entrevista à Agência Brasil. Além de o julgamento do STF não ter influenciado negativamente o PT, que tem nomes entre os réus, o resultado das urnas comprova que o Partido dos Trabalhadores se consolida com muita força no cenário político brasileiro. “Ao contrário do que imaginava e do que vinha sendo colocado nas pesquisas”, disse ele.

Peixoto observou ainda que a presença do ex-presidente Lula na campanha do candidato Fernando Haddad (PT-SP) para a prefeitura de São Paulo não deve ser desprezada porque o ex-presidente continua lembrado pelo que fez à população. “Não é de se desprezar a presença de Lula, que é altamente significativa”, salientou.

Para o professor de filosofia da Unicamp e pesquisador do Centro Brasileiro de Análise e Planejamento (Cebrap), Marcos Nobre, o julgamento do mensalão no STF teve influência “próxima a zero” nas eleições municipais, já que o tema contribuiu para que um evento atrapalhasse o entendimento do outro. “As pessoas não orientam o seu voto pelo mensalão. Não estamos conseguindo dar conta de analisar o processo judicial [do mensalão] com todas as implicações que tem porque estamos em eleição municipal. Uma coisa atrapalha o entendimento da outra, mas não influi na outra. As eleições estão obscurecendo um debate necessário sobre o papel do STF. A coincidência foi péssima para a democracia brasileira”, atestou disse Nobre em entrevista ao jornal Folha de S Paulo.

Logo após o sair o resultado do primeiro turno das eleições em São Paulo, o ex-presidente Lula afirmou que a população está interessada naquilo que o futuro prefeito pode fazer para melhorar a vida das pessoas na cidade, nos bairros.

Com agências onlines

Para ler a entrevista de Marcos Nobre à Folha de S Paulo, clique aqui 

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