Eleições: bom desempenho do PT é fruto da melhoria de vida da população e trabalho da militância, diz Anibal

O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco/PT – AC. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.) – Obrigado, Senadora Ana Amélia.

Srª Presidenta, Srs. Senadores, telespectadores da TV, ouvintes da Rádio Senado, mais uma vez a realidade contraria as previsões daqueles que, quase sempre movidos por interesses próprios mais do que pela força dos fatos, não se cansaram de vaticinar resultados desastrosos para o Partido dos Trabalhadores nas eleições que aconteceram no último domingo.

Os analistas e colunistas da imprensa brasileira eram quase unânimes nas previsões pouco otimistas sobre os candidatos do PT. Os institutos de pesquisas serviram de referência a estas previsões, e os recentes fatos políticos, com o julgamento do Supremo Tribunal Federal, serviram para que os apregoadores de resultados prévios insistissem na tese da exaustão do PT, que amargaria derrotas capazes de nos relegar a um papel secundário na política em todo o País.

Com o competente sistema de votação e apuração implantado pela Justiça Eleitoral brasileira – vale ressaltar, um dos mais avançados do mundo, acho que o mais avançado do mundo –, não demorou para que a verdade das urnas mostrasse mais uma vez um quadro totalmente contrário ao previsto e alardeado pelos pessimistas de plantão. O PT não só venceu, como aumentou em 14% o número de Municípios que irá governar a partir de janeiro do próximo ano. Hoje temos 550 prefeituras e passaremos a ter, sem incluir os resultados do segundo turno, 625 cidades que experimentarão o jeito petista de governar.

Dos 115,8 milhões de votos computados em todo o Brasil nestas eleições, os candidatos do Partido dos Trabalhadores receberam nada menos do que 17,3 milhões de votos, o maior número dentre todos os partidos que participaram do pleito – quase 15% da totalidade. O PSDB, nosso principal adversário no plano nacional, teve 13,9 milhões de votos, ou seja, 3,4 milhões de votos a menos que os obtidos pelos candidatos do Partido dos Trabalhadores.

Das 22 cidades em que candidatos do PT disputarão o segundo turno, em seis a disputa será contra candidatos do PSDB.

Vale ressaltar que o Partido dos Trabalhadores elegeu, entre as cidades com número de eleitores superior a 200 mil – são 83 cidades brasileiras com número de eleitores superior a 200 mil –, oito em primeiro turno; o PSDB, seis. E disputaremos o segundo turno com o PSDB em outras seis cidades. E o crescimento do PT se tornará certamente maior e mais significativo com o resultado do segundo turno, que acontece no dia 28.

Nós temos, no Brasil, 83 Municípios com mais de 200 mil eleitores. Eles representam apenas 1,5% dos Municípios brasileiros, mas têm 36,5% do eleitorado. Nesse grupo, o PT já conquistou oito prefeituras no primeiro turno e vai disputar outras 22, com grande chance de vitória e com a possibilidade de ampliar significativamente o número de prefeituras a serem administradas pelo PT e também o número de eleitores, incluindo aí a cidade de São Paulo, que é a maior do País e da América Latina e a quarta maior do mundo, onde o PT disputará também com o PSDB no segundo turno. O PT tem, portanto, a possibilidade, se lograr sucesso em todas as cidades em que disputará em segundo turno, de chegar a 30 cidades de grande porte. Trinta das 83 cidades contam diretamente com disputa do PT, sendo que, em oito delas, o PT já venceu no primeiro turno, e teremos disputa em 22 cidades no segundo turno. Isso é uma demonstração inequívoca da força do Partido dos Trabalhadores e, principalmente, de sua inserção e aprovação em todas as regiões do País.

E essa força será melhor dimensionada quando somados os vice-prefeitos eleitos em composição com outros partidos da base aliada e o número estrondoso de vereadores eleitos para as câmaras municipais dos menores aos maiores Municípios do País.

Por ser a maior cidade brasileira e berço do Partido dos Trabalhadores, São Paulo tornou-se, nestas eleições, um caso paradigmático.

A reviravolta nos índices de intenção de voto, registrada no final da campanha, não tem similar na história eleitoral da cidade. Mas, para os que, como nós, conhecem e acreditam na força do nosso Partido e, sobretudo, de sua militância aguerrida, não houve surpresa, e mais uma vez prevaleceu um cenário que tem base na realidade paulistana confirmada em todas as últimas eleições.

O PT sempre teve em São Paulo a preferência de cerca de 30% dos eleitores, e não havia motivo real para que esse patamar não fosse alcançado mais uma vez.

O candidato que liderava as pesquisas e que os analistas de plantão já alardeavam como inevitável na disputa do segundo turno, acabou fora do segundo turno.

O PT, com a força do Partido e de sua militância e com propostas bem recebidas pelo eleitorado, assumiu seu lugar de direito e vai disputar o segundo turno, com o objetivo de vencer José Serra, com o nosso candidato Fernando Haddad, e assim voltar à administração da maior cidade brasileira.

E aqui vale ressaltar mais uma vez e vale fazer um cumprimento especial ao ex-Presidente Lula, que conduziu, de maneira acertada, o processo de escolha do ex-Ministro Fernando Haddad como candidato à prefeitura paulistana. Lula, em perfeita sintonia com a Presidenta Dilma Rousseff, apostou em algo novo e provou que os eleitores realmente estão sedentos por novidade na política.

Fernando Haddad teve um desempenho excepcional: driblou todos os prognósticos da reta final da campanha e passou para o segundo turno tecnicamente empatado com o candidato José Serra.

Vale ressaltar que, em São Paulo, de maneira surpreendente, não houve debate entre os candidatos nesse primeiro turno das eleições, isso como um esforço no sentido de evitar que houvesse o confronto Haddad/Serra em primeiro turno, o que inevitavelmente acontecerá agora, no segundo turno.

Embora tenham apostado que a ausência de debate impediria Haddad de chegar ao segundo turno, não conseguiram esse resultado, porque a força da militância

… e mais o prestígio do ex- Presidente Lula, da nossa Presidenta Dilma, com posições claras a respeito do que pode acontecer na maior cidade do Brasil, fez com que o candidato Fernando Haddad, a novidade na política, chegasse ao segundo turno na cidade de São Paulo.

O mesmo aconteceu – e queria fazer essa relação – em Rio Branco, capital do meu Estado. No Acre, o PT é uma força significativa. Governamos o Estado há quase 14 anos: oito anos com Jorge Viana; quatro com Binho Marques; e agora, há quase dois anos, com o Governador Tião Viana. E administramos a capital há quase oito anos. Nosso Prefeito Raimundo Angelim foi homenageado há poucos dias por ser o número um em termos de avaliação no Plano Nacional. Ele teve a melhor avaliação juntamente com o Prefeito de Campo Grande, o que nos orgulha muito.

Nessas eleições, o nosso candidato, Marcos Alexandre, percorreu uma trajetória muito parecida com a de Fernando Haddad, em São Paulo. No início, ele mal aparecia nas pesquisas, sendo alvo de ataques de todo tipo, os quais, no fundo, tinham a intenção de desqualificar os governos petistas, mas também fazer com que o nosso candidato não tivesse viabilidade.

Os que apostaram nisso fracassaram, confrontados com o nosso jeito de governar e com o jeito ousado e criativo de fazer campanha. Isso acabou fazendo com que o nosso candidato chegasse em primeiro lugar na disputa na capital e passasse para o segundo turno com mais de 48% dos votos, contra 43,7% do candidato do PSDB.

Isso, para nós, é motivo de muito orgulho, porque assim como o ex-Presidente Lula apostou no novo, na maior cidade do Brasil; no Acre, nós também apostamos no novo. Optamos por um engenheiro civil de 35 anos, que nunca havia disputado uma eleição no Estado do Acre, onde temos várias lideranças formadas, com vários parlamentares que já têm dois ou três mandados conquistados e que pleiteavam, inclusive, a possibilidade de serem candidatos a Prefeito de Rio Branco A despeito disso, ainda assim optamos por um jovem que nunca havia disputado uma eleição.

Durante a campanha o candidato adversário dizia que ia dar uma surra de votos no PT e no candidato do PT.

No entanto, para surpresa de todos – para nós não, porque conhecíamos bem o potencial do Marcus Alexandre –, ele acabou chegando em primeiro lugar, com 48% dos votos – um pouquinho mais de esforço e teria vencido no primeiro turno. Mas os eleitores são sempre sábios: se eles levaram essa eleição para o segundo turno, nós entendemos que foi bom para a democracia e bom para a sociedade, porque assim se aprofunda o debate, as diferenças são mais bem esclarecidas.

Estamos com muita esperança de ter um segundo turno bem sucedido, com uma campanha aberta, democrática, transparente, com muita participação da militância, que, aliás, deu um bonito espetáculo.

A nossa militância – em todo o Acre, mas particularmente em Rio Branco – fez uma festa digna de registro. No dia em que o nosso presidente Rui Falcão esteve em Rio Branco para acompanhar as eleições, ele participou de uma caminhada e chegou a declarar que não havia participado de atividade de campanha tão bonita, tão alegre, tão criativa quanto a caminhada realizada em Rio Branco. E o mesmo aconteceu em vários Municípios.

Por isso, temos de fazer um cumprimento especial a vários candidatos que tiveram um desempenho excepcional em nosso Estado do Acre. Vale ressaltar que o Partido dos Trabalhadores no Acre, assim como no plano nacional, foi o mais votado. Se no plano nacional nós tivemos 17,3 milhões de votos, com 3,4 milhões a mais do que o PSDB na soma de seus candidatos em todas as cidades brasileiras, no Acre nós tivemos um número maior de votos: nós tivemos 137 mil votos contra 118 mil votos do PSDB. Na soma geral dos Municípios, nós tivemos mais votos do que o PSDB. Houve eleições no interior em que perdemos por pouco, perdemos algumas prefeituras que administrávamos, como Brasileia e Japuri, que eram prefeituras muito significativas para nós, para a nossa história, mas, em compensação, reconquistamos prefeituras que não estavam sob o nosso domínio, como Feijó e Tarauacá, que são outras duas prefeituras muito importantes.

No cômputo geral, temos um quadro muito equilibrado hoje no Estado do Acre, e a decisão virá fundamentalmente com o resultado do segundo turno na capital, Rio Branco, que tem 48% da população e, consequentemente, do eleitorado do Estado do Acre.

Esse segundo turno, na cidade de Rio Branco, é algo que vai definir exatamente qual será a força política vitoriosa no nosso Estado, assim como, no plano nacional, o enfrentamento PT/PSDB vai-se chegar a um resultado mais claro com o final das eleições em São Paulo. Quando terminada a eleição, no dia 28, vencido PSDB com Serra ou PT com Fernando Haddad, aí, sim, teremos um quadro mais claro de quem foi o grande vencedor dessas eleições no plano nacional.

De qualquer maneira, eu gostaria de fazer aqui alguns registros, registros muito especiais para mim. Por exemplo, lá, na cidade de Mâncio Lima, o PT nunca havia disputado a Prefeitura; sempre com a política de alianças, ele sempre apoiava candidatos de forças aliadas. Desta vez, o PT decidiu disputar sozinho a Prefeitura de Mâncio Lima. Ele não conseguiu vencer, mas conseguiu quase o empate técnico com o candidato do PMDB e, dessa forma, se fez presente. Então, eu queria aqui cumprimentar lá, em Mâncio Lima, o nosso candidato Isaac, que não venceu a eleição, mas conseguiu dar muita motivação, conseguiu unificar o PT, conseguiu dar alegria à militância. Então, eu quero fazer um cumprimento especial ao Isaac, em Mâncio Lima, à Joyce e a todas as pessoas que estavam na linha de frente dessa campanha.

Da mesma forma, quero fazer um cumprimento especial ao Prefeito eleito da cidade de Bujari, Tonheiro, que conseguiu também unificar o PT no Município em torno de seu nome e, assim, ele fez uma campanha muito bonita, muito participativa e, ao final, conseguiu conquistar a Prefeitura de Bujari.

Quero fazer uma saudação especial ao Prefeito eleito de Tarauacá, o jovem médico, Dr. Rodrigo Damasceno. Um jovem com pouco mais de 30 anos, também mais uma aposta na juventude, que foi eleito Prefeito de Tarauacá, numa experiência também bastante ousada da Frente Popular e do Partido dos Trabalhadores, tendo como vice Chagas Batista, que é do PCdoB.

Na cidade de Feijó, nós tivemos, ao longo do caminho, uma substituição de candidato. Tínhamos o candidato Francimar Fernandes.

É incrível isso porque, quando se fala de Ficha Limpa, a gente imagina logo que são bandidos disputando. No caso, Francimar foi um prefeito exemplar na cidade de Feijó, mas, por um erro em uma prestação de contas de um microconvênio, algo em torno de R$15 mil, do FNDE, acabou sendo colocado entre os ficha suja. Todos os esforços foram feitos no sentido de provar que não tinha motivo para aquilo, mas, ainda assim, ele teve o nome incluído no ficha suja e não pôde disputar. Faltando um mês para as eleições, tivemos que substituir o candidato, aliás, menos de um mês, algo em torno de 20 dias. Ele acabou sendo substituído pelo Merla, que, ainda assim, venceu a eleição, nesse Município, com mais de 50% dos votos.

Quero fazer um cumprimento especial também ao Prefeito eleito de Feijó, o Merla, que fez um grande trabalho. Teve todo respaldo do Francimar Fernandes, do Governador Tião Viana, do Senador Jorge. Estivemos lá. Fizemos movimento. Fizemos a campanha. Também merece o nosso cumprimento.

Faço um cumprimento especial ao Prefeito Aldemir Lopes, de Thaumaturgo, que também fez uma campanha linda. A militância abraçou essa campanha. É o Município mais distante do Acre. Fica na fronteira com o Peru. Ele conseguiu também uma vitória importante para nós, em Thaumaturgo, o Aldemir Lopes. Vai o nosso cumprimento a toda aquela militância que conseguiu fazer esse trabalho excepcional.

Agora, o nosso esforço concentrado. Assim como em São Paulo, a maior cidade brasileira, que vai ter um confronto de gigantes, um duelo de titãs, com a novidade que é Fernando Haddad enfrentando um candidato já experimentado nas urnas, de muitas eleições, José Serra – e estamos apostando no novo, porque a população está muito sedenta de novidades –, teremos uma disputa no Acre de um jovem Marcos Alexandre, pela primeira vez em um processo eleitoral, enfrentando um candidato que é candidato em todas as eleições, Tião Bocalom. Ele já perdeu a Prefeitura de Rio Branco para Raimundo Angelim. Depois, disputou o governo do Estado e perdeu para Binho Marques. Depois disso, enfrentou o Governador Tião Viana ao governo do Estado, em 2010, e perdeu. Agora, disputa novamente a Prefeitura de Rio Branco. Então, temos o novo, que é o Marcos Alexandre, estreando em uma disputa eleitoral, contra um candidato que em todas as eleições é candidato.

Estamos muito esperançosos de que o novo na política seja a esperança para quem quer novas atitudes dos administradores

E eu tenho certeza de que o Marcos Alexandre, por tudo que demonstrou nos debates… Ele lá mostrou suas propostas, mostrou o que tende a acontecer nos próximos anos, com todos os desafios da mobilidade urbana, com essas cidades que, com os planos econômicos do Governo Federal, com a melhoria da economia, se abarrotaram de carros, porque a classe média pôde comprar carro, pôde melhorar a sua condição de transporte; mas, ao mesmo tempo, isso gerou muitos problemas em termos de engarrafamentos, de dificuldades mesmo de mobilidade urbana.

Então, o Marcos Alexandre, como um engenheiro que já participou de grandes obras no Estado do Acre, tem propostas muito interessantes a esse respeito. Ele se comprometeu fortemente com a educação infantil; comprometeu-se com 5 mil novas vagas para creches, em sintonia com o programa Brasil Carinhoso nos próximos 4 anos.

Houve também,dentro desse desafio da mobilidade urbana, o desafio de descentralizar os terminais urbanos para todas as regionais da cidade. De tal maneira que ele tem feito um debate bem aberto e tem conquistado a população. Chegou em primeiro lugar, com 48% dos votos, 48,30% dos votos, e nós estamos muito esperançosos de que, com o debate aprofundado nos próximos 20 dias, 18 dias que temos pela frente, a gente vai chegar a bom termo. O fundamental é que tenhamos uma campanha limpa, uma campanha transparente, democrática, com participação das pessoas. O índice de abstenção em Rio Branco foi na faixa de 20%, pouco menos de 20%. Vi que lá em São Paulo chegou a 29%. É um índice muito elevado. Acho que é papel dos candidatos convencerem os eleitores a participarem, porque a omissão não é inteligência política. A omissão não é algo que aponta para o melhor caminho. Acho que o melhor caminho é tomar uma decisão, ouvir as propostas, refletir a respeito e tomar …

(A Srª Presidente faz soar a campainha.)

O SR. ANIBAL DINIZ (Bloco/PT – AC) – … uma decisão para o bem da cidade que está sendo disputada.

Então, ficamos na torcida para que tenhamos um segundo turno em paz no Brasil, em todas as cidades onde vai acontecer o segundo turno, particularmente em Rio Branco. Ficamos na esperança de que tenhamos uma campanha limpa, democrática e que prevaleça o voto esclarecido do eleitor àquele candidato que apresentar as melhores propostas e apresentar a segurança para os eleitores de que vai contribuir para a melhoria da cidade e da vida das pessoas que moram nas cidades.

Muito obrigado.

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