Deputados e senadores que integram a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para investigar as relações do contraventor Carlos Augusto Ramos (Carlinhos Cachoeira) e sua influência no poder público reuniram-se na manhã desta quinta-feira (25/04) para eleger o presidente e o relator dos trabalhos.
Como estava previsto, o corregedor do Senado, Vital do Rêgo (PMDB-PB), assumiu a presidência da comissão. Por ser a mais velha entre os membros da Comissão, a deputada Iris de Araújo (PMDB-GO) abriu os trabalhos e chamou os demais integrantes.
Também hoje, foi votado o requerimento do relator, Odair Cunha (PT-MG), pedindo o acesso aos documentos relativos às operações Monte Carlo e Vegas. “Peço a remessa do inteiro teor dos inquéritos por entender que todo o nosso trabalho parte daí”, justificou. Por sugestão do deputado Protógenes Queiroz (PCdoB-SP), deverá haver também o compartilhamento dos dados obtidos pela Polícia Federal durante as investigações.
Na próxima quarta-feira (02/05) às 14h30, a CPMI volta a se reunir para definir o Plano de Trabalho.
Eleição
A oposição reclamou das indicações para os cargos de comando, alegando que a Mesa Diretora estava dominada por integrantes da base governista – o presidente, Vital do Rego, e o relator, Odair Cunha. Os outros parlamentares reagiram: “O regimento estabelece a proporcionalidade; então, a única maneira de a oposição garantir o comando dos trabalhos é nas urnas”, ironizou um senador pemedebista.
Incomodado com o prolongamento das discussões, o líder do PT, Walter Pinheiro (BA) pediu a palavra e propôs o início imediato da votação. O único voto contra foi do deputado Fernando Francischini (PSDB-PR).
Ao entregar o cargo para o novo presidente, Iris Araújo lembrou o compromisso de cada parlamentar com a investigação. “Que o povo fale mais alto e que tenhamos coragem para fazer o que o povo espera de nós”, discursou.
O presidente da CPMI, Vital do Rego, assumiu a nova função prometendo “transparência e equilíbrio”. Disse que o trabalho precisa ir muito além de quaisquer interesse partidário ou de grupo. “Nossa tarefa é resistir às pressões mais diversas e resolver nossas diferenças no voto”, declarou.
E emendou; “Os olhos do País estão todos sobre nós e nós devemos ao Brasil essas respostas; respostas que coloquem a população de volta nos rumos da fé na política e que façam nossos jovens continuar a acreditar no futuro”.
Giselle Chassot
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