Os compromissos do governo federal com a preservação do meio ambiente vêm sendo cumpridos com êxito. Um dia após o presidente Lula divulgar para a imprensa resultados animadores da luta contra o desmatamento, outro dado significativo foi revelado, na quinta-feira (7/11), pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Observatório do Clima (SEEG).
Em 2023, o Brasil registrou uma redução de 12% nas emissões de gases de efeito estufa, a maior queda dos últimos 15 anos, de acordo com a série histórica do Observatório. Iniciada em 1990, ela mostra que no ano passado o país emitiu 2,3 bilhões de toneladas contra 2,6 bilhões em 2022. O menor valor registrado foi em 2009, com 1,77 bilhão de toneladas.
O principal motivo é a relevante queda do desmatamento na Amazônia durante o governo Lula, em contraste com os aumentos registrados no governo anterior. Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) apontam uma redução de 37% no desmatamento amazônico.
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O deputado federal Helder Salomão (PT-ES) foi um dos comemoraram os dados do SEEG. “Sextou com boas notícias. Estudo divulgado pelo Observatório do Clima mostra que a queda recorde no desmatamento da Amazônia (31% de agosto de 2023 a julho de 2024) resultou na menor taxa de emissão de carbono desde 2009”, afirmou, em uma postagem na rede social X.
A queda expressiva das emissões de gases de efeito estufa de 2022 para 2023 é motivo de comemoração segundo David Tsai, coordenador do Observatório do Clima, em entrevista ao site G1. “É uma queda que a gente não via desde 2008 e 2009. Se as emissões reduzirem não só no Brasil como no mundo todo, em um ritmo adequado, a gente pode evitar um risco desse colapso climático que a gente está vendo nos últimos anos, principalmente, a gente sentiu muito forte neste ano”, afirma Tsai.
Paralelamente ele mostrou que o país depende do que ocorre na Amazônia para atingir a Contribuição Nacionalmente Determinada (NDC, sigla em inglês), diante da devastação dos demais biomas, que resultaram na emissão de 1,04 GtCO2e brutas em 2023. No Pantanal, o aumento foi de 86%; no Cerrado, 23%; Caatinga 11% e na Mata Atlântica, 4%. O Pampa registrou teve queda de 15%.
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“A queda nas emissões em 2023 põe o país na direção certa para cumprir sua NDC, o plano climático nacional, para 2025. O Brasil precisa de um plano de descarbonização consistente e que faça de fato uma transformação na economia”, afirmou Tsai em matéria da Agência Brasil.
Agropecuária impõe desafio para cumprimento de metas
A agropecuária, que registrou o quarto recorde consecutivo de emissões, com elevação de 2,2%, respondeu por 28% das emissões brutas do Brasil no ano passado, principalmente pelo a alta do rebanho bovino. Essa atividade leva à mudanças de uso da terra e foi responsável por quase metade das emissões de gases de efeito estufa no país (46%), com 1,062 bilhão de toneladas de CO2e.
“A maior parte das emissões vem da fermentação entérica (o popular “arroto” do boi), com 405 milhões de toneladas em 2023 (mais do que a emissão total da Itália)”, apontou o SEEG, acrescentando que, se somar as emissões por mudança de uso da terra, a agropecuária é de longe a maior emissora do país, com 74% do total.
“Elas são puxadas pelo aumento do rebanho bovino, uso de calcário e fertilizantes sintéticos nitrogenados, afinal, a produção brasileira tem crescido., pontuou o analista de Ciência do Clima do Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Gabriel Quintana. A última redução nas emissões da agropecuária brasileira foi registrada em 2018, e vem aumentando a cada ano.
As emissões decorrentes de queimadas de pasto e vegetação nativa, que não são contabilizadas como desmatamento, registraram queda de 38% e 7% em 2023, respectivamente. Nos setores de resíduos e energia, os crescimentos de emissões de dióxido de carbono equivalente foram de 1% e 1,1%, respectivamente.
O resultado no setor energético está relacionado ao aumento do consumo de óleo diesel, gasolina e querosene de aviação no ano passado. Juntos, eles causaram uma elevação de 3,2% nas emissões de transporte, que chegaram à marca recorde de 224 MtCO2e.