Jorge Viana lembrou a origem do conflito que eclodiu em XapuriOs 113 da Revolução Acriana, transcorridos nesta quinta-feira (6) foram lembrados pelo senador Jorge Viana (PT-AC) em pronunciamento ao plenário. O movimento eclodiu na cidade de Xapuri (AC), hoje célebre como terra do ambientalista Chico Mendes, comandado por um gaúcho, Plácido de Castro, que liderou a insurreição de brasileiros que viviam e trabalhavam em um território que pertencia à Bolívia e se dedicavam à extração da borracha.
“O Acre era o maior produtor de borracha. A ocupação se dava dentro do Território brasileiro e se estendia também – é bom que se registre – pelo território boliviano”, relembrou Viana. A ocupação dos seringais e a expansão da atividade extrativista para o Oeste tinha sua origem em Belém (PA) e Manaus (AM). A borracha da Amazônia era essencial à economia brasileira da época. Em 1º de maio de 1899, foi deflagrada a Primeira Insurreição Acriana, quando os seringueiros brasileiros foram expulsos de Puerto Alonso, hoje Porto Acre, próximo de onde hoje está a capital do estado, Rio Branco.
“O governo boliviano resolveu instalar uma aduana e cobrar pela exploração da borracha, pela exploração da floresta, feita pelos brasileiros. Essa foi a origem do conflito”, recordou o senador. Poucos meses depois, os revolucionários decidiram avançar mais em seu movimento, já que o Governo Federal brasileiro continuava reconhecendo a posse do Território por parte da Bolívia. Para tanto, em 14 de julho de 1899 foi proclamado o Estado Independente do Acre pelo espanhol Luis Gálvez, que foi assim aclamado como seu presidente. “Com isso, os habitantes do Acre pretendiam tornar a região um território litigioso, o que provocaria, inevitavelmente, a revisão da posição oficial do Governo Federal. Porém, essa tentativa foi infrutífera, e as Forças Armadas brasileiras dirigiram-se para o Acre para depor Luis Gálvez, o Chefe do Estado Independente do Acre, e devolver o Território para a Bolívia”.
Três anos depois da deposição de Galvez, a Bolívia conclui as negociações com um sindicato formado por capitalistas ingleses e norte-americanos, o Bolivian Syndicate, que ia arrendar e explorar as terras acrianas. “Essa foi a base desse novo movimento conhecido como “Revolução Acriana”, liderado por Plácido de Castro”, explicou o senador. “Cumprimento o povo do meu estado por essa história singular, que foi solucionada não pelo uso das armas, da força, mas pela engenhosidade da diplomacia brasileira. E o caso do Acre se transformou talvez num caso pedagógico de como é possível encontrar soluções para conflitos que parecem não tê-las”, registrou Viana, lembrando o papel do Barão do Rio Branco nas negociações que garantiram a incorporação do Acre ao território brasileiro.