A educação brasileira vai mal no cenário mundial. Segundo a Varkey Fundation, órgão que avalia a educação mundial, o Brasil está em último lugar no ranking de status do professor. A pesquisa, realizada em 35 países, ouviu mil pessoas entre 16 e 64 anos. Os dados foram divulgados na última quarta-feira (7) pela entidade.
Ao contrário de outros países, que registraram alguma melhora desde a última edição da pesquisa em 2013, o Brasil piorou, caindo da penúltima para a última posição. Após anos de ampliação nos investimentos da área com os governos de Lula e Dilma que, inclusive, foram responsáveis pela criação do piso nacional do magistério, o governo Temer virou as costas para o ensino e comprometeu o futuro com a PEC do Teto, que cortou investimentos por 20 anos.
Como consequência da baixa valorização do profissional, menos de um em cada 10 pessoas acreditam que o professor é respeitado dentro da sala de aula e apenas 20% dos pais brasileiros afirmam que encorajariam seus filhos a seguir a carreira. O estudo também indica que o brasileiro subestima a jornada de trabalho da profissão. A sociedade acredita que a carga horária semanal média desses profissionais é de 39 horas, ante o relato dos professores de uma média de 48 horas.
A pesquisa também mostra a ausência de um entendimento sobre a relação entre o trabalho do professor e a remuneração. A pesquisa apontou que a população considera que R$ 93 mil ao ano seria um salário justo, mas acredita que a remuneração média seja R$ 56 mil ao ano. Porém, na realidade o salário médio dos educadores é de R$ 48 mil reais ao ano.
Calma que piora
Projetos defendidos pelo presidente eleito Jair Bolsonaro e seus apoiadores, como o “Escola Sem Partido”, devem piorar ainda mais a situação em sala de aula. A proposta pretende impedir os professores de debater fatos históricos em nome de uma suposta doutrinação ideológica. Entidades de professores afirmam que o projeto vai contra a liberdade de ensino e mesmo antes de aprovado já provoca clima de “caça às bruxas”. Enquanto isso, professoras e professores seguem ganhando mal, com medo e, desestimulados.
‘Comunistas’ em primeiro
Em contrapartida ao Brasil e a proposta de ‘Escola sem Partido’, países considerados comunistas, como China e Rússia, ocupam os primeiros lugares no ranking. Além do Brasil, as últimas posições são divididas por Israel, Itália, Gana e Argentina.
Com informações da Agência PT de notícias, G1 e Nova Escola
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