Em reunião com Jorge e Tião Viana, Dilma reitera lealdade a Lula

Presidenta comentou com dois representantes do Acre que partiu dela mesma a decisão de rebater artigo de FHC que tentava por em xeque sua relação com o antecessor.

O senador Jorge Viana (PT-AC) foi testemunha, nesta quarta-feira (05/09), de um desabafo. Irritada com o artigo do ex-presidente FHC sobre a “herança pesada” que recebeu na Presidência da República – e da previsível onda de maledicências e fofocas criadas pela mídia, pondo dúvidas sobre sua lealdade ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a presidenta, durante o encontro do qual também participou o governador do Acre, Tião Viana, em tom áspero, porém tranquilo, mandou seu recado. Ao final do encontro, ainda que sem autorização expressa da presidenta, o senador Jorge Viana relatou à jornalista Maria Lima, do O Globo, parte do que acabara de ouvir de Dilma.

A presidenta confirmou que partiu dela – e de ninguém mais – a decisão de responder ao artigo de FHC, que, para ela, não teve o devido cuidado e respeito de considerar sua amizade e fidelidade a Lula. Ela reconheceu que havia procurado manter uma relação respeitosa com o ex-presidente tucano, mas considerou também que ele ultrapassou os limites. “Tenho construído uma boa relação com o Fernando Henrique, mas aí não”, reclamou Dilma, ela ao senador e ao governador.

Segundo Jorge Viana, ao contrário do que gostariam os opositores, o PT ficou muito satisfeito com a reação de Dilma e isso inclusive se refletiu em pronunciamentos no plenário do Senado. “A presidente Dilma tinha que melhorar a autoestima de todo mundo. Foi um discurso para dentro do PT, para os novos e para os velhos aliados, e também para a oposição”, declarou o senador, que relatou o que ouviu da presidenta: “olha, ninguém tem o direito de questionar meu caráter ou minha fidelidade ao governo do qual fiz parte durante oito anos como ministra das Minas e Energia e chefe da Casa Civil. Fazer crítica ao Governo, pode. Mas questionar minha posição, não! Sempre que acontecer isso, minha posição será muito clara: vou dizer que ninguém pode questionar minha fidelidade aos nossos governos”.

O recado da presidenta tinha endereço claro: os tucanos empenhados em colocar em dúvida a boa relação entre dois dos mais importantes quadros do PT. A tentativa de cizânia plantada por FHC no artigo que fantasiou a suposta “herança maldita”, portanto, reforçou ainda mais os laços hoje existentes entre Dilma, Lula e o PT.  Dilma reagiu com uma nota oficial veemente na segunda-feira (03/09). A tentativa de “reescrever a história”, como ela própria definiu, portanto, naufragou. Assim como as críticas vazias que a oposição repetidamente fazem no plenário do Senado, demonstrando continuamente falta de ideias e de propostas para o Brasil.

Da mesma forma, lembre-se, também não se cumpriram as previsões de que o Brasil sucumbiria à mais grave crise da história do capitalismo, que Dilma não estava preparada para o cargo, que o Brasil iria quebrar se não cortasse o orçamento dos programas sociais, enfim, todo o receituário conservador e ultrapassado que o Brasil vivenciou em diversos momentos dos oito anos do PSDB na Presidência da República

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