Pinheiro ressaltou como foco social o estímulo da economia para gerar postos de trabalhoO senador Walter Pinheiro (PT-BA) elencou como imprescindível para a indústria, nesse momento de crise, um cenário que aponte solidez, expectativa de poupança, viabilização de projetos de infraestrura e ferramentas de apoio ao mercado.
Ele foi um dos debatedores do seminário Indústria Forte, que ocorreu nesta segunda-feira (31), no auditório da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (FIEB) em Salvador (BA), reunindo empresários, especialistas e outras autoridades para discutir soluções, financiamento e alternativas de investimento para o setor produtivo.
Para o tema do debate – O Papel do Mercado de Capitais e outros Mecanismos de Crédito – Pinheiro destacou ainda que é fundamental saber a real contribuição do Congresso para garantir a retomada do crescimento e uma saída para a crise. “Não só questões de eficiência e governança corporativa, de política de educação financeira, a segurança e a confiança; nós precisamos saber qual é a capacidade de atualização de toda nossa agenda regulatória”, disse o senador.
Ele descreveu os embates no Senado e sua ‘aflição com o atual momento’ como o de uma consulta médica: “Não estamos numa fase só de análise e diagnóstico. Ninguém procura um médico só para entregar um diagnóstico, a ida a um médico é na expectativa de ter o diagnóstico correto pra que a gente saia dali com dois indicativos, ou o remédio ou o bisturi”.
Pinheiro vem dialogando com a equipe econômica do governo federal e ponderando sobre pontos do ajuste fiscal. “Nossa divergência com o ajuste é que falta a política de crescimento, qual o próximo passo? É só para pagar as contas públicas?”, questionou.
No seminário, o parlamentar relatou que, em abril desse ano, já apontava, através da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, uma proposta mais realista de superávit: “Quando o governo mandou a Lei de Diretrizes Orçamentárias, fizemos de imediato uma proposta, pois achávamos que era fundamental reduzir o superávit. Depois, nós apresentamos uma emenda à LDO, com base nos dados do governo, para trabalhar com um superávit de 0,6 ou 0,7, enquanto o governo apontava um superávit de 1,2”.
O senador destacou ainda que a política de incentivos fiscais do passado não funciona mais hoje, e apresentou como uma necessidade a reforma do ICMS, atrelada à criação dos fundos de desenvolvimento e de compensação, este voltado para os estados que por ventura venham a sofrer perdas com a reforma, com garantia dos repasses por parte da União.
Por último, Pinheiro ressaltou como foco social o estímulo da economia para gerar postos de trabalho. “Isso só se faz se a gente mexer na estrutura tributária e fiscal, alterar os paradigmas de infraestrutura e, consequentemente, tentar achar uma saída para o Brasil”, finalizou.
O seminário foi uma parceria da FIEB com o jornal Correio*. Pinheiro participou do painel ao lado do presidente da FIEB, Ricardo Alban; Samuel Pessoa, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas; Claudio Frischtak, presidente da Inter.B Consultoria Internacional de Negócios; Carlos Parente, diretor da Braskem; além do representante do BNDES, João Carlos Ferraz.
Assessoria do senador Walter Pinheiro