Fátima: breve relato sobre o drama de quem viveu a seca “na própria pele”A senadora Fátima Bezerra (PT-RN) subiu nesta terça-feira (25) ao plenário do Senado para tratar da concretização de um sonho que a população nordestina alimentava desde os tempos do Brasil Imperial. A secular falta d’água do semiárido nordestino demorou 150 anos para começar a ser debelada, mas finalmente começou a ser amenizada com a inauguração da primeira estação de bombeamento do Eixo Norte do Projeto de Integração do Rio São Francisco, em Cabrobó, no coração do sertão pernambucano.
O Nordeste brasileiro, que passa por uma dos mais prolongados períodos de estiagem, com localidades aonde não chove há mais de três anos, não registrou, no período dos governos do PT, nenhuma invasão de cidades por flagelados da seca nem a repetição das humilhantes frentes de trabalho, quando homens com plena capacidade de produção eram arregimentados para quebrar pedra.
Presente na solenidade que inaugurou o início das operações do primeiro trecho de transposição do Rio São Francisco, a senadora potiguar, nascida na Paraíba, lembrou, em seu pronunciamento, o drama de quem “viveu a seca na própria pele”.
“Eu me lembro do meu querido Seridó paraibano, Curimataú, Nova Palmeira, na minha adolescência, enfrentando os efeitos cruéis da seca Na época, registrou Fátima Bezerra, “os efeitos da seca não se davam somente com a falta de abastecimento d’água, mas também pela falta de comida, da falta do pão”.
“Não eram só os animais que morriam pelas estradas empoeiradas afora, eram pessoas, era gente também morrendo de fome”, registrou, emocionada a senadora. Em seguida, apontou para o governante que interrompeu as cenas anuais de miséria que envergonhavam o Brasil. Em seguida, rendeu homenagem ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, responsável pela decisão de, finalmente, investir recursos federais para a construção da rede de canais e reservatórios ora em curso em vários estados nordestinos. “É fato que hoje a seca continua e que continuamos enfrentando o problema de abastecimento d’água, tanto é que persiste ainda a cena dos carros-pipa pelo Nordeste afora, mas aquela cena de gente morrendo de fome, aquela cena ficou pra trás, graças, especialmente, às políticas ousadas de inclusão social que foram adotadas a partir do governo do Presidente Lula”. Foi a determinação de Lula, pontuou, que “milhares de famílias saíram da condição de pedintes, da condição de deserdados da sua própria sorte. Graças às políticas de inclusão social iniciadas no governo do Presidente Lula, pela amplitude que elas tomaram, nós tiramos o Nordeste do mapa da fome, e agora nós vamos tirar o Nordeste do mapa da insegurança hídrica com o tão sonhado projeto do São Francisco”.