Levantamento divulgado nesta quarta-feira (12/09) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que o cenário de consecutivas quedas na geração de emprego na indústria brasileira começa a ser revertido.
Houve uma ligeira alta de 0,2% em julho na geração de novos postos de trabalho se comparado com o mês anterior. Com isso, houve interrupção de uma série de quatro quedas seguidas. Em relação a julho de 2011, o emprego industrial caiu 1,6% – 10º resultado negativo seguido nesse tipo de comparação. No ano, o índice acumula recuo de 1,3% sobre o mesmo período do ano anterior e, em 12 meses, de 0,7%.
Nos 12 dos 14 locais pesquisados pelo IBGE houve redução de empregos na indústria, com principal impacto negativo partindo de São Paulo, cuja taxa ficou em 3,1%. Também foi registrada queda nos empregos da região Nordeste (-2,0%), do Rio Grande do Sul (-2,3%), da região Norte e Centro-Oeste (-1,2%), de Santa Catarina (-1,2%) e de Pernambuco (-2,8%). Na contramão, empregaram mais no período de junho-julho os estados do Paraná (1,5%) e Minas Gerais (1,0%).
Na análise por setores, o emprego caiu em 14 dos 18 ramos da indústria pesquisados pelo IBGE, com destaque para vestuário (-8,7%), calçados e couro (-6,0%), têxtil (-5,4%), papel e gráfica (-3,9%), meios de transporte (-2,4%), madeira (-8,3%). Entre os resultados positivos, o principal destaque ficou com o setor de alimentos e bebidas (3,8%).
Horas pagas
Segundo o IBGE, em julho, o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria teve leve alta de 0,3% na comparação mensal, após quatro meses seguidos de queda. Frente ao mesmo período de 2011, o número de horas pagas recuou 2,5%, a 11ª taxa negativa seguida.
Em nota, o IBGE afirma que os índices demonstram recuperação da atividade industrial. “Em síntese, o emprego industrial e o número de horas pagas na indústria, em julho de 2012, voltaram a mostrar taxa positiva na comparação com o mês imediatamente anterior. Vale destacar que os índices positivos desse mês refletem em grande parte a ligeira melhora que a produção industrial apontou nos dois últimos meses”, disse o IBGE, em nota. Também deve ser analisada o fato de que entre junho e julho as medidas adotadas pelo governo, como a desoneração da folha, ainda não captada pelas pesquisas, o que tende a ocorrer a partir da apuração do desempenho da indústria relativa ao mês de agosto.
Salário
Na comparação com o mesmo período de 2011, os salários cresceram 2,5% – 31º resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação. No ano, o índice acumula alta de 3,7% e, em 12 meses, de 3,6%.
Na comparação com igual mês do ano anterior, houve resultados positivos em 12 locais, com maior influência partindo de Minas Gerais (5,6%), Paraná (6,7%) e Região Nordeste (5,5%).
A publicação completa da pesquisa pode ser acessada na página
Com informações do G1 e do IBGE