Emprego na indústria fica estável em fevereiro, segundo o IBGE

Segundo o IBGE, o valor da folha de pagamento cresceu 2,8%. A CNI revelou alta de 1,9% da massa real de salários - o salário real cresce desde 2006.

O número de empregados na indústria brasileira manteve-se estável em fevereiro em relação a janeiro, segundo a Pesquisa Industrial Mensal de Emprego e Salário (Pimes), divulgada, nesta terça-feira (10), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O total do pessoal ocupado assalariado na indústria mostrou variação nula, após apresentar queda de 0,3% em dezembro e estabilidade em janeiro. Na comparação com fevereiro do ano passado, o índice recuou 1,2%, o 17º resultado negativo consecutivo, repetindo a taxa negativa observada em janeiro.

Ontem, a pesquisa Indicadores Industriais, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), mostram que a massa real de salários aumentou 1,9%, apesar da queda de 3,7% no faturamento da indústria brasileira em fevereiro na comparação com janeiro.

Frente a fevereiro de 2012, o contingente de trabalhadores caiu em dez dos 14 locais pesquisados. O principal impacto negativo ocorreu na região Nordeste (-5,3%). Também houve queda nas taxas de ocupação na indústria em: São Paulo (-1%), Rio Grande do Sul (-3,1%), Pernambuco (-10,5%) e Bahia (-4,4%). Já o Paraná (1,4%) teve contribuição positiva sobre o emprego industrial do país. Na comparação com o mês de janeiro deste ano, o total do pessoal ocupado assalariado recuou em 11 dos 18 ramos pesquisados em fevereiro. As principais contribuições negativas vieram de vestuário (-6,3%), têxtil (-6,0%), calçados e couro (-5,2%), outros produtos da indústria de transformação (-4,1%), madeira (-5,1%), meios de transporte (-1,3%) e refino de petróleo e produção de álcool (-5%). Os principais impactos positivos sobre a média da indústria foram observados nos setores de alimentos e bebidas (0,7%) e de borracha e plástico (2,7%).

A pesquisa revela que o número de horas pagas aos trabalhadores da indústria variou 0,1% em fevereiro ante janeiro, depois de apresentar três taxas negativas consecutivas, com perda acumulada de 0,6%. Na comparação com fevereiro de 2012, o número de horas pagas em fevereiro deste ano recuou 2,3%, a 18ª taxa negativa consecutiva nesse tipo de confronto e a mais intensa desde setembro de 2012 (-2,6%). As taxas foram negativas em 12 dos 14 locais e em 12 dos 18 ramos pesquisados. No índice acumulado em 2013, o número de horas pagas na indústria recuou 1,8%. O índice acumulado nos últimos 12 meses recuou 2% em fevereiro e manteve a trajetória descendente iniciada em fevereiro de 2011 (4,5%).

Já o valor da folha de pagamento real cresceu 2,8% em fevereiro após recuar por dois meses consecutivos, período em que acumulou perda de 7,1%. No confronto com igual mês do ano anterior, o valor da folha de pagamento real cresceu 2,5% em fevereiro, 38º resultado positivo consecutivo nesse tipo de comparação. No índice acumulado em 2013, o valor da folha de pagamento real na indústria avançou 1,6%, mas reduziu o ritmo de expansão frente ao resultado do último trimestre de 2012 (7,5%), ambas as comparações contra igual período do ano anterior.

Os setores de metalurgia básica (-6,4%), meios de transporte (-1,9%) e vestuário (-5,7%) exerceram as influências negativas mais relevantes sobre o total nacional. A taxa anualizada cresceu 3,8% em fevereiro e apontou redução na intensidade do crescimento frente aos resultados de dezembro (4,4%) e de janeiro (4,1%).

Veja a pesquisa Índice Nacional da Construção Civil do IBGE

Renda do trabalhador

Indicadores Industriais da CNI, divulgados ontem, mostram que a massa real de salários aumentou 1,9% e o rendimento dos trabalhadores cresceu 0,4% em fevereiro frente a janeiro na série livre de influências sazonais. “O aumento da massa salarial foi o mais intenso em 14 meses”, informa a CNI.

De acordo com o gerente da Unidade de Competitividade e Pesquisa da CNI, Renato da Fonseca, o salário real na indústria vem crescendo desde 2006. Isso é resultado do aquecimento do mercado do trabalho e da disposição da indústria em reter trabalhadores qualificados. Além disso, há a expectativa de crescimento da atividade industrial ao longo do ano.

Em relação a fevereiro de 2012, a massa salarial teve alta de 2,8%. O indicador cresceu em 14 dos 21 setores pesquisados, nessa base de comparação. A maior alta ocorreu na indústria de móveis, em que a massa salarial aumentou 29,6% em fevereiro frente ao mesmo mês do ano passado. Neste setor, o faturamento ficou estável, com expansão de apenas 0,1%, as horas trabalhadas na produção cresceram 3,6% e o emprego aumentou 1,8%.

Já o faturamento da indústria brasileira caiu 3,7% em fevereiro na comparação com janeiro, na série livre de influências sazonais. No mesmo período, a utilização da capacidade instalada recuou 1,9 ponto percentual, as horas trabalhadas na produção cresceram 0,4% e o emprego aumentou 0,3%. “As oscilações entre queda e crescimento dos indicadores que medem a atividade industrial são sinais de que a indústria ainda não encontrou sua trajetória de crescimento”, diz a pesquisa.

Na indústria de máquinas e materiais elétricos, o faturamento caiu 2,2% em fevereiro na comparação com igual mês de 2012. No mesmo período, a massa real de salários aumentou 23,1% e as horas trabalhadas na produção tiveram expansão de 5%, e a utilização da capacidade instalada recuou 0,7 ponto percentual.

Clique aqui para ver a íntegra da pesquisa da CNI

Inflação
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) do mês de março apresentou variação de 0,47% e ficou abaixo da taxa de 0,60% registrada no mês de fevereiro em 0,13 ponto percentual. No primeiro trimestre do ano a variação situou-se em 1,94%, acima do resultado de 1,22% relativo ao primeiro trimestre de 2012. Considerando os últimos doze meses o índice foi para 6,59%, também acima dos 6,31% relativos aos doze meses anteriores. Em março de 2012 a taxa havia ficado em 0,21%.

inflao

O IPCA de março foi fortemente influenciado pelo grupo educação, que, concentrando 5,40% em fevereiro, exerceu impacto de 0,24 ponto percentual naquele mês, enquanto em março, com variação de 0,56%, o impacto baixou para apenas 0,03 ponto. Mas não foi só o grupo educação que contribuiu para a redução do índice de um mês para o outro. À exceção somente dos grupos habitação (de -2,38% em fevereiro para 0,51% em março) e comunicação (de 0,10% para 0,13%), os demais apresentaram resultados abaixo dos registrados no mês anterior.

A publicação completa da pesquisa do IBGE pode ser acessada aqui

 

Com informações da Agência Brasil, IBGE e CNI

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