O desemprego no Brasil, que já tinha se tornado estrutural, mantendo-se em torno de 12 milhões de pessoas, tem nos jovens um dos seus componentes majoritários, com 5 milhões de desempregados. Há uma nova geração de jovens que nem sequer conheceram o emprego com carteira de trabalho, a seguridade social, o seguro-desemprego, as férias remuneradas – em suma, trabalhar com direitos.
Há uma enorme onda de jovens trabalhando no esquema de uberização, como entregadores de Ifood e outras atividades similares, sem direito algum, sem proteção alguma, nem sequer diante da atual pandemia. É fundamental garantir para eles o direito ao trabalho com os direitos fundamentais, sem os quais não são cidadãos.
Daí a apresentação do Projeto de Lei para retirar cinco milhões de jovens do desemprego, dando-lhes a oportunidade do primeiro emprego, com garantia de receber um salário mínimo durante o período de um ano. Dessa forma, não apenas é dada a oportunidade de um trabalho minimamente remunerado e com direitos básicos, como permite que eles possam contribuir para a economia de suas famílias, vítimas também do desemprego e dos efeitos cruéis da pandemia. Esse direito para os jovens requer um investimento governamental de 70 bilhões de reais e representará um horizonte novo para milhões de jovens, hoje marginalizados e desconhecidos pelas políticas do governo federal.
A forma como uma sociedade trata os jovens é a forma como ela pensa o seu futuro. Dar a oportunidade de jovens serem incluídos na sociedade mediante um trabalho digno e com direitos assegurados é dar a eles, e à própria sociedade, um horizonte de futuro melhor e com mais esperança.
Artigo originalmente publicado no Congresso em Foco