A estatal, que produz chips de identificação por radiofrequência (RFID na sigla em inglês) prevê faturar entre R$ 7 milhões e R$ 10 milhões neste ano, ante R$ 3 milhões no ano passado, e projeta cobrir integralmente as despesas com pessoal, custeio e investimento já em 2018 com receitas próprias de pouco mais de R$ 100 milhões.
É uma resposta e tanto para os críticos que há menos de dois anos alardeavam nos jornais que a iniciativa era uma dor de cabeça incurável para o Governo Federal. “Em 2018 estaremos na faixa de US$ 200 mil de faturamento por funcionário por ano, enquanto no mundo a indústria [do setor] fatura de US$ 100 mil a US$ 500 mil por empregado por ano”, disse o presidente da Ceitec, Marcelo Lubaszewsk, em entrevista publicada nesta quinta-feira (19) pelo Valor Econômico.
Segundo ele, a proposta orçamentária para este ano é de R$ 78 milhões para custeio e investimentos. Se for considerada a folha de pagamento de 230 funcionários, o orçamento chega a R$ 100 milhões. Os valores são iguais aos do ano passado
A história da Ceitec remonta ao início dos anos 2000, quando foi constituída como associação civil sem fins lucrativos dentro da política nacional de semicondutores do governo federal. Em 2008 ela foi convertida em empresa pública e em 2011 concluiu a construção de sua fábrica em Porto Alegre. O primeiro concurso público para contratação de pessoal ocorreu em 2012. O Ministério da Ciência e Tecnologia já aportou R$ 670 milhões na operação, até o fim do ano passado.
Hoje a empresa tem quatro modelos de chips em produção e outros dois em desenvolvimento, que devem entrar em linha até o ano que vem. Conforme Lubaszewski, o volume de vendas chegou a 10 milhões de unidades em 2014 e deve dobrar em 2015. “Já entregamos um lote de 5 milhões de unidades em janeiro”, diz o executivo. Segundo ele, a capacidade instalada da fábrica varia de 6 milhões a 75 milhões de semicondutores por ano, dependendo da complexidade do produto