Energia nuclear será tema de audiência

Energia nuclear será tema de audiência

A Comissão de Infraestrutura (CI) aprovou nesta quinta-feira (22/09) a realização de uma audiência pública em conjunto com outras comissões para debater os benefícios e prejuízos da produção de energia nuclear. O Brasil prevê a construção de quatro usinas nos próximos anos, mas projeto do senador Cristovam Buarque (PDT-DF) propõe uma suspensão desses investimentos por 30 anos.

Ficou decidido que para essa audiência pública será convidado um representante do Parlamento Europeu, que possa de maneira isenta avaliar os motivos políticos que levaram a Alemanha suspender seus programas de produção de energia elétrica tendo como fonte as usinas nucleares.

“Não devemos fazer um debate para satanizar a energia nuclear, mas precisamos discutir a partir dessas oportunidades de geração de energia outro problema que nós temos: eu não sei qual é a minha capacidade de lidar com os problemas que podem vir com a geração nuclear, não só uma catástrofe, mas o descarte e troca de equipamentos e armazenamento de combustíveis já utilizados”, disse o senador Walter Pinheiro (PT-BA), que apoiou a realização de uma audiência.

Segundo ele, a natureza da defesa civil no Brasil é repleta de problemas, daí considerar que o País não detém estrutura aprimorada para enfrentar um desastre como o ocorrido no Japão, há três meses, quando ocorreu vazamento radioativo na usina da província de Fukushima. Lá, a defesa civil promoveu a retirada rápida dos moradores, apesar de muitos terem sido atingidos pela tsunami. “Não sei se faríamos na mesma proporção que fizeram os japoneses, mas na minha opinião faríamos pior porque não temos a cultura disso”, sustentou.

Walter Pinheiro entende que o Brasil precisa, sim, de energia elétrica para atender ao projeto de crescimento econômico. “Com estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 4% ao ano, nós precisaríamos aumentar a oferta de energia em 7% ao ano. Se não tiver energia, não há como crescer. Se o País não cresce, não investe em energia. Portanto, o debate a ser feito é: qual a matriz energética mais adequada”, disse.

Para o senador, o Brasil pode estudar outros tipos de matriz energética, como é o caso da energia solar e eólica. “Nós precisamos entrar de cabeça nessa área”. 

Marcello Antunes

Ouça a entrevista do senador Walter Pinheiro

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