Humberto: espero que a lamentável pauta-bomba tenha ficado para trásO líder do PT no Senado, Humberto Costa (PT-PE), em seu primeiro discurso na tribuna do Senado após o recesso parlamentar, disse que enxerga com confiança os próximos meses do Parlamento sem qualquer pauta-bomba que possa ter como resultado a piora das contas públicas ou do cenário político. O período de recesso foi importante, na sua avaliação, porque o Congresso Nacional pôde analisar de maneira serena como trabalhou nos seis primeiros meses do ano.
Para o líder, a Câmara e o Senado amadureceram a ideia de que, na atual conjuntura, não agiram com responsabilidade e rigor em muitos projetos apresentados e aprovados nas duas casas. “Mas quero confiar plenamente de que essa conduta foi abandonada, de que essa lamentável pauta-bomba é coisa que ficou para trás, porque o entendimento político elevado vai prevalecer a partir de agora”, afirmou.
Humberto reiterou que há uma crescente maturidade para evitar projetos que pressionam as contas públicas e isso quer dizer que a “maioria dos deputados e senadores quer evitar a tramitação desses gols que alguns insistem em querer fazer contra o Brasil”. Ele acrescentou que “o Parlamento tem imensa responsabilidade na estabilização econômica porque essa tarefa não é exclusiva do Poder Executivo”. Exemplo dessa responsabilidade é o fato de que o próprio Congresso, no primeiro semestre, deu sinais trocados aos investidores e agências de risco quando decidiu ir contra os ajustes propostos pelo Governo Federal.
Para o senador, chegou a hora de definir os lados, e isso nada tem a ver com a disputa política partidária que sempre vai existir. Tem a ver com a solidez do País e o compromisso de não disseminar uma crise de credibilidade contra o próprio País e seu povo, por mais que existam projetos de uma minoria alienada que deseja desenterra-los para atingir o governo da presidenta Dilma.
Humberto participou ontem de churrasco oferecido pela presidenta Dilma aos líderes partidários. Segundo ele, as conversas giraram em torno da análise desse período de travessia. Analistas e especialistas enxergam a conjuntura com otimismo e acreditam que o País chegou a um momento de reequilíbrio. A vulnerabilidade externa caiu e os setores econômicos se ajustaram; agora é inaugurada a fase pós-ajuste.
“Não tenho dúvidas de que em breve todo esse trabalho será traduzido em recuperação mais rápida, na queda dos juros e um Brasil mais aberto e com mais oportunidades, em que a nossa classe média será muito mais agente ativa do que beneficiária desse País que se descortina”, afirmou.
Humberto reforçou que a agenda de crescimento é extremamente animadora para o segundo semestre, principalmente pelo compromisso do governo em fazer andar a reforma do ICMS que é fundamental para os estados, seja com o fim da guerra fiscal, seja com os fundos que serão criados, um para compensar eventuais perdas com a redução das alíquotas do ICMS e outro fundo destinado para promover o desenvolvimento regional.
Não à pauta-bomba
Ao chegar ao Senado, o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL), garantiu que “não haverá no Congresso Nacional pauta-bomba. Pelo contrário, nós estamos preocupados em desarmar a bomba que está posta aí na economia”, afirmou.
Renan Calheiros disse aos jornalistas que à noite participará de reunião na liderança do PSDB. Sua presença é, segundo ele, um exercício da democracia. “Fui convidado para um encontro com o PSDB e irei com muita satisfação. Conversar é o exercício mais recomendável da democracia. Hoje, mais do que nunca, é preciso conversar”, afirmou.
Marcello Antunes
Com informações da Agência Senado
