Entre 2000 e 2010, população indígena cresceu 11,4% no Brasil

Acre registrou a maior taxa de crescimento, com um aumento de 7,1% ao ano, seguido de Paraíba, com 6,6% ao ano, e Roraima, com 5,8% ao ano.

 

Maioria da população indígena (57%) vive em
terras oficialmente reconhecidas como
pertencentes a suas etnias

Segundo o Censo 2010, 896 mil brasileiros declararam-se indígenas, pertencentes às 305 etnias encontradas pelos recenseadores do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que lançou em parceria com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI) o estudo “O Brasil Indígena”, que aponta ainda que mais de duzentas línguas dos povos originais ainda são faladas no País e que a maioria da população indígena (57%) vive em terras oficialmente reconhecidas como pertencentes a suas etnias.

O estudo do IBGE foi viabilizado pelas modificações introduzidas no Censo, em 2010, cujos questionários traziam um conjunto de perguntas específicas para as pessoas que se declararam ou se consideraram indígenas: elas puderam informar o povo ou etnia a que pertenciam e as línguas indígenas que falavam. Além disso, o Censo pode informar se os seus domicílios estavam dentro ou fora de terras indígenas já reconhecidas pelo Governo Federal.

Entre os Censos de 2000 e 2010, a população indígena cresceu 11,4% no Brasil, um percentual expressivo, mas muito inferior ao experimentado na década anterior, também medido pelo Censo. Entre 1991 e 2000, o crescimento havia sido de 150%. Apesar das altas taxas de fecundidade experimentadas por essa parcela da população, a explicação para o aumento vertiginoso é mais cultural que demográfica: a chamada “etnogênese” ou “reetinização”, que é quando indivíduos e comunidades reassumem e recriando suas tradições indígenas, após terem sido forçados a esconder e a negar suas identidades tribais como estratégia de sobrevivência, seja por pressões políticas, econômicas e religiosas, ou por terem sido despojados de suas terras e estigmatizados em função dos seus costumes tradicionais.

Entre 2000 e 2010, o Acre foi o estado que registrou a maior taxa de crescimento de sua população indígena, com um aumento de 7,1% ao ano, seguido de Paraíba, com 6,6% ao ano, e Roraima, com 5,8% ao ano. O maior declínio populacional relativo foi registrado no Rio de Janeiro: -7,8% ao ano, correspondendo a cerca de 20 mil pessoas.

Nas áreas urbanas, o declínio populacional atingiu a totalidade dos estados das regiões Sudeste e Sul e também a região Centro-Oeste, com 2360_3481_113939_379180exceção de Mato Grosso do Sul. Já na área rural o comportamento foi inverso, o crescimento foi 3,7% ao ano, destacando a elevada taxa de crescimento de 4,7% ao ano da região Nordeste.

Em números absolutos, a maior população indígena do País reside no Amazonas (168,7 mil pessoas, ou 20,6% da população indígena do país) e a menor no Rio Grande do Norte (2,5 mil, ou 0,3%). Apenas seis unidades da Federação registraram, em 2010, mais que 1% de população autodeclarada indígena. Por outro lado, 13 unidades da Federação apresentaram percentuais de população indígena abaixo da média nacional (0,4%).

Em 2010, apenas cinco municípios brasileiros tinham mais de 10 mil indígenas. Um deles era São Paulo (13 mil indígenas). Os outros quatro ficam no Amazonas: São Gabriel da Cachoeira (29,0 mil), São Paulo de Olivença (15,0 mil), Tabatinga (14,9 mil), Santa Isabel do Rio Negro (10,9 mil).

Com informações do IBGE

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