Entre os convocados, ex-mulher de Cachoeira e ex-presidente da Delta

 

O ex-presidente da Delta, Fernando Cavendish, deixou o comando da construtora logo no início do escândalo envolvendo Carlinhos Cachoeira após revelação da ligação do diretor da Delta Centro-Oeste, Cláudio Abreu, com o contraventor. Ainda de acordo com as investigações da  Polícia Federal, a construtora teria repassado dinheiro para empresas de fachada ligadas à Cachoeira. Os recursos supostamente eram utilizados para, pagamento de propina e caixa dois em campanhas. Pego em escuta afirmando ser possível comprar político, Cavendish foi chamado a depor pela CPI que investiga os tentáculos da organização criminosa de Cachoeira, na reunião realizada nesta quinta-feira (05/07).

Os parlamentares também autorizaram a convocação do juiz Paulo Moreira Lima, que autorizou escutas da Operação Monte Carlo. Ele pediu para abandonar o comando das investigações após sofrer ameaças.

A ex-mulher do contraventor Carlos Augusto Ramos, Andréa Aprígio, apontada como laranja do esquema do contraventor, também teve a convocação aprovada, assim como o empresário Adir Assad, suspeito de atuar como laranja do esquema do contraventor. Ele é proprietário da empresa Rock Star, que recebeu recursos da Delta.

A CPI aprovou ainda a convocação dos empresários José Augusto Quintella e Romênio Marcelino, ex-sócios da Sigma Engenharia, que em entrevista, fizeram denúncias de que a Delta Construções teria pago propina para obter contratos. Foi em conversa com os dois empresários, gravada por eles, que o presidente licenciado da Delta, Fernando Cavendish, afirmou que com “R$ 6 milhões” é possível comprar um senador e que com “R$ 30 milhões, você é convidado para muitas coisas.”

Na reunião desta quinta, a CPMI também aprovou uma série de pedidos de quebra de sigilos bancário, fiscal e telefônico e requerimento para tomadas de providências sobre aspectos em avaliação pela CPI.

Data
Nenhum dos depoimentos tem data para acontecer e é provável que todos só sejam tomados depois do recesso parlamentar, que se inicia no próximo dia 18. O presidente da comissão, senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), informou que irá conversar com o presidente do Congresso Nacional, José Sarney (PMDB-AP), para discutir a possibilidade de a CPI funcionar mesmo durante o recesso.
Durante esse período, não seriam realizadas audiências, mas os parlamentares poderiam ter acesso aos arquivos e trabalhar “de forma administrativa”. Na sessão desta quinta, foram convocados também os ex-sócios da empresa Sigma Engenharia, José Augusto Quintella e Romênio Martins Machado. Os parlamentares também mantiveram, por 25 votos a 8, o rito de liberar as testemunhas convocadas que se recusam a depor. Giselle Chassot

Giselle Chassot

To top