Espionagem: Dilma Rousseff contesta matéria publicada pela Folha

“Não dá para comparar o que a Abin fez com a espionagem americana”, disse a presidenta.

Espionagem: Dilma Rousseff contesta matéria publicada pela Folha

 

“Não violou privacidade. Está previsto na
legislação brasileira, (eles) não cometeram
nenhuma ilegalidade” (EBC)

A presidenta Dilma Rousseff afirmou nesta quarta-feira (6), em entrevista ao Grupo RBS, que é impossível aceitar negociar a soberania do País. Ao se referir à denúncia de violação das comunicações e de dados do governo brasileiro pela Agência Nacional de Segurança dos Estados Unidos (NSA), a presidenta disse que é inadmissível permitir que os cidadãos brasileiros tenham seus direitos violados.

Dilma também contestou reportagens da Folha e do Uol, do mesmo grupo, que tentaram igualar a espionagem americana a atos cometidos pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin): “Não dá para comparar o que a Abin fez, até porque não violou privacidade. Está previsto na legislação brasileira, (eles) não cometeram nenhuma ilegalidade. No outro caso (o americano) é um aparato de violação praticamente, tanto da privacidade, quanto dos direitos humanos, quanto da soberania dos países”, disse.

“O que está em questão no caso da espionagem, da denúncia de espionagem contra o Brasil, mas contra outros países, é o fato de que você violou não só e-mails privados, violou ligações telefônicas, internet e privacidade, não só de chefes de Estado, mas de indivíduos e empresas, disse a presidenta. 

Na segunda-feira (4), a Folha de S Paulo publicou a denúncia de que diplomatas estrangeiros foram seguidos por homens da Abin. Na terça (5),  o jornal deu voz a diplomatas americanos, que tentaram igualar este caso, ocorrido dez anos atrás, ao monitoramento de telecomunicações de chefes de Estado feito pelo governo de Barack Obama. “Todo mundo espiona, não há virgens”, dizia a reportagem do Uol, que também pertence ao grupo Folha.

Incomodada com essa tentativa de desqualificação da posição brasileira nas Nações Unidas, onde Brasil e Alemanha lideram uma ação contra a bisbilhotagem, a presidenta Dilma afirmou que as relações entre Brasil e Estados Unidos continuam abaladas, em razão da espionagem.

Ela também explicou por que cancelou um encontro de cúpula que teria com Obama. “Se eu fosse aos Estados Unidos, eu e o Obama estaríamos submetidos ao constrangimento de uma nova denúncia. E aí essa seria a pauta, seriam as novas denúncias, e não nossas realizações”, afirmou.

A presidenta afirmou ainda que a visita oficial aos Estados Unidos, programada para o fim de outubro, só poderia ser retomada em caso de desculpas pelo governo norte-americano.

Com informações do Blog do Planalto e das agências de notícias
 

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