Esquema de Cachoeira se transfere para o Distrito Federal

Quando depuseram à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que investiga as relações do contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos – o Carlinhos Cachoeira – os procuradores Léa Batista e Daniel Salgado deixaram claras suas suspeitas de que o esquema criminoso ainda estava ativo, apesar da prisão do contraventor, em 29 de fevereiro.

Nesta sexta-feira (24/08), as suspeitas se tornaram ainda mais fortes, com a desarticulação, pela Polícia Civil do Distrito Federal, de um grupo que explorava cassinos.  Foram presas três pessoas acusadas de envolvimento no esquema comandado por Cachoeira. Para a polícia, não há dúvidas: o esquema “migrou” de Goiás para o DF e, mesmo preso, Cachoeira chefiava o grupo.

As prisões de Raimundo Washington de Sousa Queiroga, Otoni Olímpio Júnior e Bruno Gleidson Soares Barbosa ocorreram nas primeiras horas de hoje, na Operação Jackpot. Queiroga e Olímpio Júnior já haviam sido presos durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, por integrarem a organização criminosa chefiada por Cachoeira. Contudo, foram soltos depois de receberem habeas corpus da Justiça.

Segundo o delegado-chefe da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (Deco), Henry Lopes, depois da Operação Monte Carlo, o esquema criminoso “migrou” de cidades goianas do Entorno de Brasília para o Distrito Federal. Na operação desta sexta-feira, foram cumpridos 13 mandados de busca e apreensão em Sobradinho, na Ceilândia, na Asa Norte, na Asa Sul, no Jardim Botânico, no Gama e no Lago Norte. Foram apreendidos um cofre, R$ 8,9 mil em espécie, e vários cheques na casa de Raimundo Washington.

“Acreditamos que, com essa operação, o grupo criminoso foi desbaratado por completo no Distrito Federal. É preciso que essas pessoas continuem presas para que não possam voltar a atividade criminosa”, disse o delegado. Ele informou que a polícia pediu também a prisão de José Olímpio Queiroga, mas o pedido foi recusado pela Justiça. Para Henry Lopes, a prisão dele é essencial para desarticular a quadrilha.

Os presos são acusados de formação de quadrilha, crime contra economia popular e exploração de jogos, que é uma contravenção. Eles ainda podem responder por lavagem de dinheiro. Somadas, as penas podem ultrapassar cinco anos de prisão.

O diretor-geral da Polícia Civil do DF, delegado Jorge Xavier, informou que os dados serão repassados à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPMI) do Cachoeira. Ele se disse surpreso com o nível de ousadia da organização. “É uma coisa absurda. A CPI vai receber esse material e  espero que seja decretada a prisão preventiva deles ou o Estado Brasileiro pode fechar as portas. [É] uma ousadia [o grupo] se instalar na capital da República, ao lado do Legislativo brasileiro”, frisou .

“O Estado precisa abrir os olhos e combater com energia esse tipo de organização e evitar a impunidade. Não se trata de meia dúzia de exploradores de jogatina, mas de uma gente ousada que enfrenta o Estado brasileiro”, ressaltou o diretor-geral da Polícia Civil do DF.

Com informações da Agência Brasil

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