Estudo do Ipea mostra que população brasileira deve atingir ápice em 2030

Brasil chegará a 208 milhões de habitantes; em 2040, passa para 205,6 mi. Em 2030 também está prevista maior mão de obra disponível no País.

 

A população brasileira atingirá seu tamanho máximo em 2030, com cerca de 208 milhões de habitantes, divulgou nesta quinta-feira (11/10), o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) em um levantamento feito com base na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), realizado em 2011 pelo centro. No mesmo ano, haverá o maior número de brasileiros trabalhando – um contingente de 156 milhões.

Entre 2030 e 2040, de acordo com a projeção do Ipea, a  população brasileira deve diminuir para 205,6 milhões, devido a redução da fecundidade, fazendo com que a mão de obra disponível também caia para 152 milhões. A tendência é um acelerado envelhecimento populacional. Segundo o Ipea, a queda da mortalidade acompanhada pela queda na fecundidade interfere na dinâmica da população.  A partir de 2030, os únicos grupos populacionais que terão crescimento serão os com idades superior a 45 anos.

A participação do grupo jovem (15-29 anos) na população chegou ao limite em 2000 e deve cair muito a partir de 2030. Espera-se ainda que participação da população adulta (30-44 anos) permaneça estável, em termos percentuais, até 2040, mas que o seu contingente cresça em valores absolutos.

Controle de natalidade
A população brasileira registrou as mais elevadas taxas de crescimento entre 1950 e 1970, quando a taxa ficou em torno de 3% ao ano. A partir daí as taxas começaram a entrar em declínio, principalmente por causa do aumento do acesso aos métodos de controle de natalidade a partir da década de 60.

Estima-se para esta década uma taxa média de 0,7% ao ano; menos de um quarto da observada entre 1950-1970. A taxa estimada para 2011, de 1,7 filho por mulher, está bem abaixo da esperada para reposição, diz o Ipea. O envelhecimento da população também irá alterar a proporção da população dos diversos grupos etários. Enquanto, em 1940 a população idosa representava 4,1% do total; subiu para 12,1% em 2011 – passando de 1,7 milhão em 1940 para 23,5 milhões. Enquanto isso, a população jovem caiu.

A pesquisa também demonstrou o aumento da proporção de mulheres cônjuges que contribuem para a renda das suas famílias, de 39,1% para 66,3% no mesmo período. Já população idosa cresceu: cerca de 23 milhões de brasileiros com mais de 60 anos em 2011.

Mercado de Trabalho
O técnico de Planejamento e Pesquisa do Ipea Miguel Foguel apresentou os dados referentes ao Comunicado do Ipea nº 156, intitulado PNAD 2011: Primeiras Análises sobre o Mercado de Trabalho Brasileiro. Ele considerou positivo o atual panorama de mercado de trabalho nacional e citou como prova disso a queda na taxa de desemprego, que é sistemática desde 2005 (com uma discrepância em 2009 devido à crise mundial). No contexto internacional, o Brasil figurou entre os países que experimentaram maior queda da taxa entre 2009 e 2011.

Foguel atentou para os índices de Taxa de Participação e de Ocupação, que mostram aumento da oferta de trabalho, mas em ritmo menor que o crescimento da população em idade ativa. O pesquisador também atentou para dois índices importantes: cresceu a quantidade de jovens que não trabalham, nem estudam (cerca de 3% de aumento), e também daqueles que só estudam (cerca de 4%).

Segundo o técnico do Ipea, diminuiu a proporção das ocupações que exigem baixa qualificação técnica e aumentou a escolarização dos trabalhadores: aproximadamente 49% têm pelo menos o ensino médio completo. O estudo traz, ainda, a evolução dos rendimentos de acordo com gênero e raça.

Com informações do IPEA e das agências de notícias

Leia abaixo a integra das análises do IPEA sobre crescimento populacional e mercado de trabalho clicando aqui e aqui.

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