Dilma Rousseff: “As pessoas que pensam diferente da gente têm de ser respeitadas. Ninguém pode chamar de diálogo xingar pessoas, a intolerância. Botar bomba em qualquer lugar não é diálogo”A presidente Dilma Rousseff saiu em defesa dos valores democráticos nessa quinta-feira (13), afirmando que é preciso saber respeitar o resultado da eleição e os adversários. “É o seguinte: eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição”, enfatizou ela durante encontro com cerca de 1.500 pessoas, no Palácio do Planalto, entre eles representantes de 50 movimentos sociais.
Para que o Brasil tenha uma democracia plena, Dilma destacou que é preciso respeitar o Estado democrático de direito. Do contrario, o País corre o risco de cair de novo em uma tendência ao golpismo, que vem desde o governo Getúlio Vargas, nos anos 50. “Temos de zelar pelo respeito. As pessoas que pensam diferente da gente têm de ser respeitadas. Ninguém pode chamar de diálogo xingar as pessoas. Ninguém pode chamar de diálogo a intolerância. Botar bomba em qualquer lugar não é diálogo”, afirmou.
“Quando você vive numa ditadura é assim: se você falar, se botar qualquer reivindicação [isso] é considerado uma ação subversiva, que vai derrubar as instituições”, completou.
Não me peçam para criticar manifestações, diz Dilma
Por ter vivido, combatido e sido vítima da ditadura, a presidenta disse não ver qualquer problema em manifestações. “Não peçam para eu defender qualquer atitude contrária a qualquer manifestação que eu não defenderei jamais”.
Segundo ela, essa atitude se deve aos compromissos pelos quais lutou durante um dos períodos mais obscurantistas da História do Brasil. “Tenho de ter lealdade com a experiência histórica da minha geração, que foi muito dura. Eu sobrevivi. Naquela época, quando você sobrevivia, tinha de dar graças a Deus. Então, tenho de honrar todos aqueles que não sobreviveram”, sintetizou.
E o melhor jeito de honrar essa memória, acrescentou, é entender a conquista imensa que ocorreu na sociedade brasileira. “É entender que a democracia é algo que temos de preservar, custe o que custar. A tolerância, o respeito. E, outra coisa gente tem de ter e numa democracia latino-americana, é o respeito ao adversário. Respeitar o adversário não é ficar agradando o adversário, não. É o seguinte: eu brigo até a hora do voto, depois eu respeito o resultado da eleição”, concluiu.
Com Blog do Planalto
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