O comandante do Exército, general Eduardo da Costa Villas Bôas, assegurou nesta quarta-feira 24 que as Forças Armadas iriam agir respeitando a Constituição e garantindo a democracia após o decreto assinado por Michel Temer que determina o uso das Forças Armadas para garantir a lei e a ordem no Distrito Federal.
O decreto foi anunciado pelo ministro da Defesa, Raul Jungmann, e pelo general Sergio Etchegoyen, do Gabinete de Segurança Institucional, que também o assinaram, durante manifestação em Brasília que pedia a rejeição das reformas trabalhista e da previdência, propostas pelo governo federal, e defendia eleições diretas para presidente. Um grupo de mascarados jogou pedras e colocou fogo nos prédios de alguns ministérios e atacaram policiais.
Villas Bôas avaliou que a polícia tem capacidade de garantir a ordem. “Acredito que a polícia deva ter ainda a capacidade de preservar a ordem. Ficamos em uma situação de expectativa caso algo fuja ao controle”, declarou a jornalistas após uma palestra sobre defesa nacional na Fundação Fernando Henrique Cardoso, em São Paulo.
Diante de uma série de críticas sobre o decreto – senadores já entraram com um pedido para suspendê-lo -, Temer já cogita revogá-lo se as manifestações contra suas reformas em Brasília estiverem mais calmas até o fim da noite.
O general também reafirmou o compromisso com a democracia. “Tanto as forças de segurança pública quanto as Forças Armadas estão empenhadas na preservação da democracia, na observância da Constituição e no perfeito funcionamento das instituições nacionais, a quem cabe encontrar o caminho para a solução dessa crise. Mas a nossa democracia não corre risco”, afirmou.
Villas Bôas afirmou ainda que o clima no comando da instituição e no Palácio do Planalto é de “choque” e “muita insegurança” após as denúncias do empresário Joesley Batista, da JBS, envolvendo Temer.