Não sairá de graça a declaração irresponsável. Nesta segunda-feira (1º), o presidente do PT, Rui Falcão, informou que o partido interpelará o senador na Justiça para que se explique.
“Já estamos interpelando o senador mineiro derrotado. Em seguida, processo crime no Supremo Tribunal Federal. O PT não leva recado para casa”, afirmou Falcão, pelo Twitter.
Além das reações no Senado, onde o desatino do candidato derrotado ocupou os pronunciamentos dos senadores petistas Humberto Costa (PE) e Lindberg Farias (leia mais a partir dos links ao final), houve também reação na Câmara dos Deputados e nos jornais desta terça-feira.
“Alguém tem de dizer para o senador Aécio que ele não é juiz e que ele não tem o mínimo direito de agredir todos os eleitores da presidenta Dilma, do mesmo jeito que não tem o direito de agredir nosso partido”, disse o deputado do PT gaúcho, Henrique Fontana.
Na mídia, o respeitado colunista Janio de Freitas, da Folha de S.Paulo, assina, nesta terça-feira, o artigo O presente de Aécio, recomendando aos eleitores de Dilma – não só do PT, mas de todos os demais partidos – que acionem o inconformado derrotado na Justiça.
“De fato, Aécio não perdeu para um partido político”, escreveu Janio. “Perdeu para os eleitores, petistas, peemedebistas e nada disso, que lhe negaram o voto e o deram a Dilma. Qualquer deles agora habilitado, desde que capaz de alguma prova de sua adesão a Dilma, a mover uma ação criminal contra Aécio Neves por difamação, calúnia e injúria, e cobrar-lhe uma indenização por danos morais.
Uma foto em manifestação, uma doação ou um serviço para a campanha, um cartaz ou um retrato na janela, uma propaganda no carro, em qualquer lugar do país podem se juntar às demais provas para dar uma resposta à acusação de Aécio Neves tão gratuitamente agressiva e tão agressivamente insultuosa.”
Diz ainda Janio de Freitas:
“É difícil admitir que Aécio Neves esteja consciente do papel que está exercendo. A situação social do Brasil não é de permitir que acirramentos, incitações e disseminação de ódios levem apenas a efeitos inócuos, de mera propaganda política. Para percebê-lo, não é preciso mais do que notar a violência dos protestos com incêndios ou a quantidade de armas apreendidas.
Se Aécio acha, como diz, que está sendo ‘porta-voz de um sentimento de indignação’, pior ainda: fica evidente que não sabe mesmo o que está fazendo, e aonde isso o leva”.