Favelas: 60% dos moradores acham que a comunidade melhorou

Favelas: 60% dos moradores acham que a comunidade melhorou

A pesquisa mostrou que dois terços dos moradores das favelas já são da classe média. Em 2003, apenas 33% dos moradores eram de classe média.

 

Sair da favela não é o desejo de 66% dos
entrevistados, e 94% se consideram felizes, o que
é apenas um ponto percentual a menos do que
a média nacional EBC)

O Data Favela, instituto de pesquisas criado para mapear a realidade das favelas brasileiras divulga, nesta segunda-feira (4), uma radiografia detalhada das comunidades no Fórum Nova Favela se acontece no Hotel Copacabana Palace – reduto da “nobreza brasileira” – no Rio de Janeiro.

O estudo mapeou a realidade das favelas brasileiras, identificando oportunidades de negócios para empresas a partir do comportamento de consumo de suas populações.  Também aborda questões como relação com o poder público e interações sociais de moradores de comunidades carentes de todo o país.

Para mais de 60% dos entrevistados, a comunidade melhorou nos últimos anos. 76% acreditam que vai melhorar ainda mais. Do ponto de vista econômico, o aumento da renda das populações locais também foi considerável: a pesquisa mostrou que dois terços dos moradores das favelas já são da classe média. Em 2003, apenas 33% dos moradores eram de classe média. Uma década depois, o número subiu para 65% – a maioria da população.

E as comunidades agora cobram  mais serviços básicos de qualidade: saúde e segurança são as principais reclamações. Ainda assim, um dos dados mais interessantes revelados pela pesquisa é que sair da favela não é o desejo de 66% dos entrevistados, e 94% se consideram felizes, o que é apenas um ponto percentual a menos do que a média nacional.

Os moradores consideram que com a chegada de serviços públicos e privados e a diminuição da violência por conta da ocupação dos espaços pelo Poder Público, a vida está melhor nas comunidades e não há mais motivos para deixar os espaços – muitas vezes privilegiados e próximos dos locais de trabalho. É assim, por exemplo, nos morros da Zona Sul carioca, onde 71% das pessoas são favoráveis à pacificação.

Discriminação
Apesar do otimismo,  cerca de 30% dos moradores já sofreram preconceito, afirma a pesquisa. De acordo com o estudo, 59% dos moradores das comunidades concordam que quem mora em comunidades da periferia é discriminado.

Para 32% dos que se disseram vítimas de preconceito, a cor da pele foi a motivação e para 30%, morar em uma favela foi o motivo. Para 20%, o preconceito decorreu da falta de dinheiro e, para 8%, das roupas que vestiam.

A pesquisa mostra também que 37% dos moradores de favela já foram revistados por policiais, proporção que chega a 65% quando se trata de jovens de 18 a 29 anos. Entre os que já foram revistados, a média chega a 5,8 abordagens na vida. “Temos um lado da presença do Estado que ajuda e outro que mostra preconceito”, disse Renato Meirelles, um dos fundadores do Data Favela.

Com informações do Data Favela e das agências de notícias

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