Política é, obrigatoriamente, a cultura da |
Estamos hoje a pouco menos de sete meses das eleições que decidirão quem governará o Brasil e seus 27 Estados nos próximos quatro anos.
Impõe-se neste momento uma reflexão, ainda que breve, sobre a responsabilidade que recai sobre os ombros dos que, a partir da escolha dos nossos concidadãos, desempenham, como nós, funções públicas, e vamos, mais uma vez, nos submeter ao mais exigente, sublime e honroso escrutínio que alguém pode enfrentar na vida política – o da vontade popular.
Fazer política é uma arte, um desígnio. É o dever de quem mereceu a confiança da população para desempenhar os cargos para os quais é eleito. Fazer política é, antes de tudo, olhar para e pelas pessoas. Não é – longe disso! – reduzir seu exercício ao mero expediente de “costurar” alianças, compor chapas ou articular partidariamente. Isso é desprestigiante, é trair a confiança dos eleitores, é, no fundo, fazer exatamente o contrário daquilo para o qual fomos eleitos.
Sejamos claros: o que interessa hoje às pessoas não é “quem”, nem “com quem se vai”, mas sim como e para onde se vai. Essa sim é a verdadeira questão que se coloca ao Brasil, aos brasileiros e ao futuro de todos nós.
Por isso, é tempo de nos preocuparmos com o que realmente importa, com o que diz respeito às pessoas e ao seu futuro, buscando e encontrando as soluções para os problemas que enfrentamos, reduzindo as picuinhas da chamada “pequena política” à sua verdadeira dimensão.
O que, objetivamente, interessa mais ao cidadão comum? A articulação deste com aquele partido? O acordo de um político com o outro? Ou saber que a solução para seus problemas está em suas mãos, ou seja, que ele pode mudar para melhor com o seu próprio voto?
Mato Grosso do Sul, como todo o Brasil, tem hoje, mais do que tudo, que avançar – com determinação, com método, com planejamento e, fundamentalmente, com esperança e a certeza de que somos capazes de fazer mais e melhor.
A hora é de, simultaneamente, consolidar e ir mais além. Manter e fortalecer o que deu certo e buscar soluções para os problemas que ainda subsistem e atrapalham nosso desenvolvimento. A hora é de conciliar aquele jeito que é só nosso com a enorme capacidade que possuímos nas mais diversas áreas do conhecimento e com os invejáveis recursos naturais que o estado e o país oferecem.
Ao longo dos próximos sete meses, na campanha eleitoral que se avizinha, não faltarão propostas para solucionar os problemas com que nos debatemos ou para dar o “salto” que o Brasil inevitavelmente terá de dar em diversas áreas. Sabemos que vai ser uma época propícia à demagogia, ao eleitoralismo fácil e gratuito, em que muitos não resistirão a prometer tudo e mais alguma coisa, tentando “vender gato por lebre” em troca de um voto que lhes garanta a eleição.
E esse vai ser o grande desafio de cada um dos eleitores – entender a sustentabilidade e viabilidade de cada uma das propostas, avaliar sua credibilidade, exigindo assim na prática a cada um dos candidatos sua responsabilização e comprometimento público, condição essencial para quem quer fazer política e representar os eleitores.
Nunca é demais o repetir: política é, obrigatoriamente, a cultura da ética e da responsabilidade democrática!
Felizmente, ao longo destes anos de democracia e também com a crescente globalização e o maior acesso à informação, temos hoje maior esclarecimento por parte dos eleitores, que aumentaram seu nível de exigência, obrigando assim que, natural e paulatinamente, exista cada vez maior exigência em relação a classe política. E este aprimoramento do sistema democrático irá inevitavelmente conduzir, por um lado, à natural, desejável e essencial reconciliação do povo com seus representantes e, por outro, trazer para a vida pública quem, na iniciativa privada e na área social, tem provas dadas e acha que é tempo de colocar sua experiência e seu conhecimento ao serviço de seu Estado, de seu Povo e de seu País.
Por isso, estou confiante que, juntos, todos nós, independentemente de nossas convicções ideológicas e opções partidárias, saberemos trilhar o caminho do desenvolvimento, do equilíbrio e da justiça social, onde a saúde, a educação, a segurança e a geração de empregos desempenharão um papel fundamental. Um caminho que é sinônimo de futuro e que é a “chave” e a herança que deixaremos a nossos filhos.
Artigo originalmente publicado no site de notícias Tudo MS