ARTIGO

Fé na luta e na resistência democrática

Fé na luta e na resistência democrática

Foto: Alessandro Dantas

Mais do que nunca é preciso não perder a esperança, pois as mobilizações sociais finalmente começam a repercutir no interior do Congresso Nacional. No dia 28 de abril, as trabalhadoras e os trabalhadores brasileiros realizaram a maior greve geral da história recente do nosso país. No dia 24 de maio, mais de 100 mil pessoas ocuparam a capital do país na luta contra as reformas da previdência e trabalhista e em defesa da democracia. No dia 28 de maio, uma verdadeira multidão ocupou a praia de Copacabana para participar do ato artístico-cultural em defesa das eleições diretas, que reuniu artistas como Caetano Veloso, Milton Nascimento, Maria Gadú, Criolo e Mano Brown.

O resultado da crescente mobilização social foi a aprovação, na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania do Senado Federal, da Proposta de Emenda à Constituição que permite a realização de eleições diretas em caso de vacância dos cargos de presidente e vice-presidente da República, quando a vacância se der nos três primeiros anos do mandato. Embora constrangida, até mesmo a base de sustentação do governo ilegítimo votou a favor da PEC, que foi aprovada por unanimidade na CCJ.

Trata-se de uma vitória singela, mas de imenso simbolismo. A Rede Globo, assim como os partidos que permanecem dando sustentação ao desgoverno Temer, apostam em uma transição conservadora, em um acordão das elites. Defendem a realização de eleições indiretas, via Parlamento, para que o candidato eleito pela maioria conservadora que ocupa o Congresso Nacional dê continuidade às reformas neoliberais. O povo brasileiro, no entanto, está demonstrando mais uma vez que não é bobo, que não vai permitir um golpe dentro do golpe, que quer resgatar a soberania do voto popular.

O movimento artístico-cultural em defesa das diretas está se espalhando por todo o país. Depois do belo ato realizado em Copacabana, diversos atos estão sendo agendados nos mais diversos recantos do país, para reafirmar que este governo já foi demitido pelo povo brasileiro e que a única saída para a superação da crise é a realização de eleições diretas. As centrais sindicais e as frentes populares, por sua vez, convocaram uma nova greve geral para o fim de junho, que promete mais uma vez paralisar o país na luta contra as reformas e em defesa das diretas.

Mais do que nunca é preciso não perder a esperança, não perder a fé na luta e na resistência democrática. Chegou o momento de a população brasileira definir o destino do nosso país. Há de haver um futuro digno para quem produz no dia a dia do trabalho a imensa riqueza do Brasil, e esse futuro digno será gestado nas ruas e nas urnas. Fora Temer! Diretas já!

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