O senador Humberto Costa (PT-PE), líder do PT e do Bloco de Apoio ao Governo, foi pontual ao comentar a solenidade que o PSDB preparou como forma de comemorar os vinte anos da implantação do Plano Real, em julho de 1994. Primeiro, os tucanos esqueceram de enaltecer o verdadeiro idealizador do plano, o ex-presidente Itamar Franco e, segundo, na sessão comemorativa os tucanos silenciaram sobre o futuro, sobre o grande salto que o Brasil experimentou na última década. “Dos vinte anos do Plano real, só os oito anos do governo do PSDB foram lembrados aqui. E isso é um estelionato com a história”, afirmou Humberto Costa.
O líder observou que não é possível falar do Plano Real apenas olhando no retrovisor, uma característica dos tucanos, porque se trata de um período em que o Brasil era devedor para um desconfiado Fundo Monetário Internacional (FMI) que via insegurança jurídica nas contas públicas e o governo da ocasião, para não contrariar esse fundo, de forma atropelada e altamente questionável promoveu um processo de privatização onde a pressa e a orientação era desfazer o patrimônio nacional. A Petrobrás por pouco não foi vendida na bacia das almas.
Humberto refrescou a memória ao lembrar que não havia investimento do Estado em infraestrutura. Os apagões eram rotineiros ao ponto do governo tucano criar um cargo dentro da Casa Civil para acompanhar o precário sistema elétrico brasileiro. “Como disse Chico Buarque: éramos tão pequenos em política externa que falávamos grosso com a Bolívia e fino com os Estados Unidos. Não é possível ignorar profunda transformação social que temos experimentado na última década, numa política sustentada por um sólido tripé, alta prioridade às políticas públicas de inclusão social e distribuição de renda e emprego; compromisso com fundamentos macroeconômicos sólidos e busca sistemática pelo aumento da produtividade, da competitividade do País”, disse o líder.
O fato é que o PT soube fazer o Brasil avançar sem abrir mão de pressupostos do Plano Real, como o controle de inflação e o equilíbrio das contas públicas, requisitos essenciais para a estabilidade e base sólida que conduzem à expansão e ao progresso econômico e social do País. “Hoje em artigo assinado no Valor Econômico, o ex-presidente Lula deu a dimensão que representa essa mais de uma década de governos do PT. Somos o País das oportunidades, com estabilidade que não tinha anteriormente. Em onze anos nosso PIB em dólares cresceu 4,4 vezes e supera os US$ 2,2 trilhões. No comércio externo passou de US$ 108 bilhões para US$ 480 bilhões. Hoje o Brasil é o quinto destino de investimentos estrangeiros diretos”, pontuou.
A renda dos brasileiros também foi citada por Humberto Costa, porque nos governos do PT, que sempre teve como bandeira a defesa dos trabalhadores, da valorização do salário mínimo, a renda cresceu nada mais, nada menos, do que 78%. “Promovemos o pleno emprego e dando fim ao arrocho salarial sobre a população. Criamos 21 milhões de empregos e retiramos 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza, levando 42 milhões de pessoas a alcançarem a condição de integrantes da classe média”, enfatizou.
As diferenças do que os governos do PT fizeram e entregaram para a sociedade em comparação com o partido de oposição que não reconhece os avanços são gritantes. Humberto Costa lembrou que os números são dezenas de vezes superiores, não só em termos das reservas cambiais que saíram de US$ 38 bilhões e hoje somam praticamente US$ 380 bilhões. “A safra de grãos prevista para este ano pode significar a colheita de 193 milhões. Alcançamos isso com a diminuição do desmatamento e a disseminação de práticas de cultivo sustentáveis. Também reerguemos a indústria naval que emprega hoje 78 mil pessoas e já é a terceira maior do mundo. Ampliamos a capacidade instalada de eletricidade de 80 mil para 126 mil megawatts, sem contar que estamos construindo três das maiores hidrelétricas do mundo. Levamos energia para 15 milhões de pessoas e contratamos a construção de mais três milhões de moradias”, disse Humberto, acrescentando que a Organização das Nações Unidas (ONU) e outros organismos internacionais destacam que o Brasil é uma nação que mais aumentou o investimento em educação e é um exemplo de combate à desigualdade.
“Reconhecemos o papel do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e dos integrantes de seu partido, o PSDB, mas alguns não podem cometer a indignidade de não reconhecer os avanços na última década ou se prestar ao desserviço de não se informar sobre eles. Insistir em não enxergar o que fizemos é ignorar não o PT, mas a realidade do povo brasileiro. Razão, aliás, de as pesquisas mostrarem o abismo que há entre a população e os adversários dos nossos governos, que com ela perderam a sintonia”, salientou.
Marcello Antunes