O mês de dezembro se aproxima e, com ele, o fim do auxílio emergencial de 600 reais, proposto e aprovado pelo PT e demais partidos de oposição ao governo Bolsonaro.
Para Rogério Carvalho (PT-SE) a aprovação do auxílio emergencial segurou a crise social e que os senadores petistas seguem defendendo a manutenção do recurso enquanto durar a pandemia da Covid-19.
“A melhor decisão política tomada durante a pandemia foi o auxílio emergencial, resultado do trabalho da oposição e da pressão de sindicatos. Ele segurou a explosão de uma grave crise social e ainda injetou dinheiro na economia. Por isso, defendemos 600 até o fim da pandemia”, afirma o líder do PT no Senado.
Já o senador Humberto Costa (PT-PE) reagiu ao descaso do presidente, que não se preocupa com o fim do recurso que tanto ajudou a população durante a crise sanitária e econômica.
“O auxílio emergencial vai acabar num momento em que as condições para a retomada do emprego e da renda não foram dadas por este governo, que permanece inteiramente omisso diante da gravidade da situação econômica e social que estamos vivendo. O país está em desespero, com a fome e com a doença”, declarou Costa.
Com distribuição iniciada em abril, o auxílio emergencial fortaleceu a economia. O consumo gerado foi capaz de sustentar mais de 2% do PIB brasileiro em 2020.
Mas a decisão pela redução do auxílio emergencial de 600 para 300 reais fez com que a queda das taxas de pobreza, registrada em agosto, iniciasse trajetória contrária. O índice já avançou de 18,4% para 19,4% da população – o equivalente a 41,1 milhões de pessoas – vivendo com renda inferior a US$ 5,50 ao dia, linha de corte adotada pelo Banco Mundial.
Segundo cálculos do economista Daniel Duque, pesquisador do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/ FGV), a reversão começou instantaneamente em setembro, quando o auxílio passou a ser de R$ 300 e o governo adotou regras de exclusão de beneficiários.
Os pesquisadores da instituição avaliaram que o total de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza havia passado de 50 milhões em maio para 38,9 milhões em agosto, quando ainda vigoravam os efeitos do auxílio emergencial de R$ 600. E o número de pessoas com rendimento inferior a US$ 1,90 por dia, a linha da pobreza extrema, recuou de 8,8 milhões em maio para 4,8 milhões em agosto.
No fim de setembro, o instituto projetou que 11 milhões voltarão à pobreza apenas em razão da redução do valor do benefício. Quando o governo o extinguir, em 31 de dezembro, o quadro se deteriorará ainda mais. Os estudos são realizados com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Com informações da Agência PT de Notícias