Forças políticas precisam refletir sobre desinteresse dos eleitores em 2016

Forças políticas precisam refletir sobre desinteresse dos eleitores em 2016

Regina Sousa resume : “A verdade é que quem ganhou a eleição foi seu Ninga”Encerrada a eleição municipal de 2016, é fundamental que as diversas forças políticas reflitam sobre o resultado mais clamoroso que emergiu das urnas no primeiro turno da disputa eleitoral: em média, dois terços dos eleitores dos maiores colégios não se sentiram motivados a votar em nenhum candidato, avalia a senadora Regina Sousa (PT-PI).

“A gente vê pessoas que, em vez de comemorarem as suas vitórias, comemoram a derrota dos outros. Mas a verdade é que quem ganhou a eleição foi ‘seu Ninga”, ressaltou a senadora em pronunciamento ao plenário, nesta quinta-feira (6), usando um termo popular no Nordeste para designar “ninguém”.

Outro resultado preocupante do pleito municipal foi a redução da presença feminina em cargos de prefeitas e vereadora. “Isso é muito sério. A gente clama por mais participação política das mulheres, mas o resultado das eleições andou em sentido contrário”. Regina lembrou que esse recuo aconteceu apesar das campanhas movidas por partidos políticos e até pelo Tribunal Superior Eleitoral, que tentaram estimular a participação de mais candidatas.

Para a senadora, resultado ruim para as mulheres aponta para a necessidade de uma verdadeira reforma política e eleitoral. Ela lembra que são inúmeros os projetos de reforma que são apresentados ao Legislativo, “mas as vaidades não deixam que os autores dessas matérias se juntem para estabelecer alguns pontos comuns” que possam fazer avançar as mudanças substantivas.

A grande mudança recente nas regras eleitorais foi o fim do financiamento empresarial às campanhas e partidos. A regra, fundamental para barrar a influência do poder econômico nas eleições, sempre foi defendida pelo PT e muito celebrada quando de sua aprovação, na reforma eleitoral de 2015. Mas a fiscalização é necessária para impedir a burla a essa regra. Em 2016, primeiro ano desde a vedação das doações de pessoas jurídicas, Regina avalia que a presença das contribuições privadas foi mais discreta, “mas os métodos foram os mesmos. De alguma forma o poder econômico se sobrepôs”.

 

Enquanto isso, a burocracia atrapalhou o financiamento cidadão a partidos e candidatos. As doações de pessoas físicas. “Vários problemas ficaram visíveis nesse processo eleitoral que esperamos que a gente possa corrigir até a próxima eleição, até 2018”, defendeu a senadora.

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