Representantes da Dassault apresentaram modelo de caça que pode ser comprado pelo Brasil
Os caças franceses Rafale destacam-se pela capacidade de empreender todas as missões de um avião de combate, o que os coloca em vantagem sobre os demais concorrentes na disputa pelo contrato de modernização da Força Aérea Brasileira. É o que afirma o diretor da Dassault International do Brasil, Jean-Marc Merialdo, segundo disse na manhã desta quinta-feira (01/09) o diretor da Dassault International do Brasil, fabricante dos aviões, Jean-Marc Merialdo
Nesta quinta-feira, Merialdo foi ouvido na última das três audiências públicas promovidas sobre o tema pela Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE). Ele ressaltou que o Rafale, usado pela marinha francesa desde 2004 e pela aeronáutica da França desde 2006, tem tecnologia mais recente que os caças F18 Super Hornett, oferecidos pela Boeing, que seriam um desenvolvimento de um avião já existente.
Sem mencionar diretamente o caça sueco Grippen, terceiro competidor no processo de modernização da frota da Força Aérea Brasileira, o diretor da Dassault lembrou que as principais forças aéreas do mundo têm um bimotor como avião de primeira linha – e não um monomotor como o avião oferecido ao Brasil pela Saab.
Segundo informou Merialdo, o Rafale tem sido utilizado em combates no Afeganistão e, mais recentemente, na Líbia. Ele observou que o Rafale foi projetado para ser utilizado tanto pela marinha como pela aeronáutica, o que será importante no momento em que a Marinha brasileira decidir reequipar seu porta-aviões São Paulo.
Transferência de Tecnologia
Uma das contrapartidas que o Brasil tem mais exaltado nas negociações é a transferência de tecnologia, assim como é de costume em negociações internacionais de alto custo. E neste ponto, o diretor classificou como “incomparável” a proposta francesa de transferência de tecnologia ao Brasil, no caso de opção pela compra dos Rafale.
“No âmbito de nossa parceria estratégica, a transferência de tecnologia será feita sem restrição alguma. A indústria brasileira já desenvolveu várias capacidades e precisa agora de algumas tecnologias chaves de um caça supersônico, que permitirão a essa indústria dar um salto tecnológico muito significativo”, afirmou.
A extensão da transferência de tecnologia foi o tema que mais chamou a atenção dos senadores durante as três audiências dedicadas a ouvir representantes da Saab (SWE), da Boeing (EUA) e da Dassault (FRA). Todas as empresas se comprometeram a atender essa exigência, entretanto apenas a francesa declarou que tipo de tecnologia vai oferecer. Existe o receio de que americana e a sueca não abram para o Brasil a técnica mais avançada desenvolvida dentro desses modelos.
Vendas
Assim como ocorreu nas outras audiências, os franceses não abriram os valores de custo e juros. De acordo com o vice-presidente de Vendas Militares da Dassault Aviation, Jean-Pierre Chabriol, está é uma questão de confidencialidade, mas disse estar seguro de que seriam oferecidas boas condições de financiamento ao Brasil.
Em resposta ao senador Jorge Viana (PT-AC), que buscou saber quanto tempo levaria desde a decisão por um dos aviões e a conclusão de um preço definitivo para os caças, Merialdo informou que as negociações durariam por volta de um ano.
Ao final da reunião, o senador Eduardo Suplicy (PT-SP) ressaltou a importância do direito à vida e a necessidade de se utilizar apenas como “último recurso” a força destruidora de aviões como o Rafale, citando um artigo do ministro Celso Amorim. E também falou sobre a importância de trazer essa discussão para o Senado.
“Trata-se de um gasto altamente relevante, de grande monta e é importante até para o Governo que o Congresso Nacional possa estar acompanhando o quanto que nós vamos gastar e quais os benefícios que terá o Brasil em decorrência deste alto gasto”, avaliou.
Ouça o senador Suplicy
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Catharine Rocha com informações da Agência Senado
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Fonte: Assessoria de Imprensa da Liderança do PT no Senado