Nos primeiros dez meses de 2024, o Fundo Amazônia registrou um marco histórico, com a aprovação de R$ 882 milhões em projetos de preservação ambiental e desenvolvimento sustentável na região. O valor representa um aumento de 59% em relação ao recorde anterior de R$ 553 milhões, em 2023. Os dados foram divulgados pelo BNDES, na 31a reunião do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa), realizada em Brasília, na última 5a feira (7).
Durante o evento, a diretora socioambiental do BNDES, Tereza Campello, celebrou o sucesso do programa. “Estamos no auge das aprovações, com o maior volume da história. Temos projetos em andamento e em contratação, além de novos editais sendo lançados em ritmo acelerado” afirmou. “Esses números refletem o fortalecimento da governança e o impacto ampliado do Fundo, priorizando proteção ambiental, bioeconomia e inclusão social.”
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Projetos de destaque
Campello aproveitou para destacar alguns dos mais importantes projetos financiados pelo Fundo Amazônia, como o Arco da Restauração. Com orçamento de R$ 450 milhões, o programa tem como foco a captura de carbono, a preservação da biodiversidade e a geração de renda.
Outra iniciativa relevante é a Amazônia na Escola, que, com R$ 332 milhões, beneficia 140 mil produtores rurais e 17 milhões de estudantes, integrando educação e conscientização ambiental. Já o Sanear Amazônia dispõe de R$ 150 milhões para desenvolver tecnologias de acesso à água, beneficiando e melhorando a qualidade de vida de 4.600 famílias habitantes de áreas remotas.
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A atuação também se estende para quilombolas, indígenas e o fortalecimento das equipes de combate a incêndios florestais na Amazônia Legal, com R$ 280 milhões destinados aos corpos de bombeiros locais. O Acre recebeu R$ 22 milhões, enquanto Amapá, Amazonas, Pará, Roraima e Maranhão foram contemplados, conjuntamente, com R$ 225 milhões.
Desde janeiro de 2023, início do 3o mandato do presidente Lula, mais de R$ 760 milhões foram dirigidos para a contratação de 12 projetos. Outros 19 foram contemplados com um total de R$ 123 milhões. A contar de seu surgimento, em 2008, o Fundo Amazônia já forneceu recursos para mais de 650 organizações civis.
Novo modelo para a região
O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco, ressaltou que esses investimentos são essenciais na consolidação de um novo modelo econômico na região. “O BNDES está de parabéns pela capacidade de trabalho para que o dinheiro chegue na ponta e faça a mudança necessária. Queremos transformar a realidade e essa transformação está sendo viabilizada por investimentos em projetos estruturantes”, enfatizou.
O Fundo Amazônia é financiado principalmente por doações que países que reconhecem e apoiam o papel do Brasil na proteção ambiental global, como Noruega e Alemanha. Após o colapso sofrido durante o trágico governo Bolsonaro, que resultou em suspensão de doações, corte de recursos e paralisação de projetos, o programa voltou mais forte do que nunca com a eleição de Lula.
No primeiro dia de seu 3o mandato, 1o de janeiro de 2023, Lula reativou a iniciativa e anunciou a retomada de planos de ação contra o desmatamento e a reconstrução da governança ambiental. Os recursos do Fundo são geridos pelo BNDES, em conjunto com órgãos federais, estaduais e organizações civis. E aplicados em atividades que incluem controle e fiscalização, manejo sustentável de florestas, regularização fundiária e recuperação de áreas desmatadas.