Gabrielli: petróleo é negócio de |
Uma empresa que tem 21 bilhões de barris de reserva em suas contas, valendo US$ 90 bilhões de dólares, jamais pode ser considerada em crise ou que tenha sido vítima de má gestão – como vem repetindo o pré-candidato à Presidência da República do PSDB, Aécio Neves, sem saber exatamente o que está dizendo.
“Isso não passa de campanha da oposição; de luta política”, traduziu o ex-presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, em sua exposição de abertura aos senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a compra da refinaria de Pasadena, nos EUA, entre outros negócios da Petrobras.
Com detalhes, e demonstrando segurança, Gabrielli explicou aos parlamentares empreendimentos com petróleo precisam ser tratados como um investimento de longo prazo. “O negócio de petróleo e derivados tem características que não são comuns em todos os setores porque é preciso pensar e trabalhar com longo prazo”, explicou.
O ex-presidente detalhou que entre a descoberta de um campo de petróleo e a efetiva retirada do primeiro óleo são pelo menos sete anos de prazo. Explicou também que são necessários mais seis anos para que uma refinaria seja construída. “Enquanto isso, os preços variam a cada minuto.”
O resultado é que quem gere esse tipo de negócio precisa levar em conta variações de curto prazo e projeções de longo período. “Essa é a principal questão relativa ao planejamento da estatal”, garantiu o ex-executivo da Petrobras. Gabrielli detalhou explicações sobre como as metas, desenhadas num momento, devem se concretizar no futuro.
Situação variável
“O resumo da história é que a aquisição de Pasadena era um bom negócio quando foi adquirido”, garantiu. Segundo Gabrielli, a situação se complicou em 2008 quando passou a refletir uma mudança que ocorreu no mercado de petróleo, que teve grande disponibilidade de petróleo leve. Em 2013, a empresa volta a ser bom negócio e, neste ano, em 2014, volta a ser lucrativa por conta de descoberta de petróleo no México, com capacidade de produzir 100 mil barris/ dia.
Giselle Chassot