Em março foram criados no Brasil 111.746 postos de trabalho com registro em carteira, uma alta de 20,6% em relação a março de 2011, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), divulgado nesta segunda-feira (16/04) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O saldo é resultado de 1.881.127 admissões e 1.769.381 desligamentos, ambos os maiores para o período.
Pela primeira vez desde julho de 2011, foi registrada criação de empregos superior ao mesmo mês no ano anterior. “A criação de 20,6% de postos a mais que em março de 2011, sinaliza o acerto das medidas adotadas pelo governo federal para elevar a criação de empregos formais”, afirmou o ministro interino do Trabalho e Emprego, Paulo Roberto Pinto.
O maior responsável pelo saldo positivo foi o setor de Serviços, com a geração de 83.182 (0,53%) vagas formais. O comportamento favorável é oriundo da expansão generalizada do emprego nos seis ramos que o compõem, com saldo recorde para o subsetor de Ensino e o de Serviços Médicos e Odontológicos.
Na Construção Civil foram criados 35.935 postos (1,21%), o segundo melhor resultado para o mês, mas, principalmente, uma reação em relação ao mesmo período do ano anterior. Comparado a março de 2011, foram gerados 10,8 vezes mais empregos formais. O comportamento favorável do emprego em março se refletiu em seis dos oito setores de atividade econômica.
No acumulado do ano, o emprego cresceu 1,17%, representando um acréscimo de 442.608 postos de trabalho. Nos últimos 12 meses, verificou-se aumento de 1.761.455 postos de trabalho, o que equivale à expansão de 4,82% no número de empregos celetistas do país. Já entre janeiro de 2011 a fevereiro de 2012, foram abertos mais 2,2 milhões de postos de trabalho, crescimento de 6,33% sobre o estoque de dezembro de 2010.
A queda do emprego na Indústria de Transformação, com perda de 5.048 postos (-0,06%) pode ser atribuída, em grande parte, ao desempenho negativo da Indústria de Produtos Alimentícios, que teve redução total de 25.211 postos no mês (-1,34%). O maior impacto para o ramo veio do Nordeste, onde houve perda de 33.704 postos de trabalho, relacionados particularmente às atividades de Fabricação de Açúcar.
O diretor do Departamento de Emprego e Salários do MTE, Rodolfo Torelly, explica que, nos meses de março, a Agricultura tem, geralmente, um resultado levemente positivo, mas este ano apresentou uma queda de 17 mil empregou o que impactou diretamente a Indústria de Alimentos. “Esse foi o principal fator que impediu um resultado positivo para a Indústria, já que na Indústria de Alimentos foram perdidos 25 mil postos de trabalho”.
A queda do emprego na Agricultura (-17.084 postos ou -1,09%) originou-se de movimentos negativos e positivos em seus ramos de atividade. Entre os desempenhos negativos em destaque estão o Cultivo de Laranja (-9.693 postos), Cultivo de Frutas de Lavouras Permanentes, exceto Laranja e Uva (-5.001 postos) e Atividades de Apoio à Agricultura (-3.265 postos). Já o desempenho positivo em destaque é o Cultivo de Cana-de-Açúcar (+4.525 postos).
Por outro lado, os ramos industriais que se sobressaíram positivamente, em termos absolutos, foram: Indústria da Borracha, Fumo e Couros (+5.460 postos ou +1,57%), Indústria de Calçados (+3.919 postos ou +1,10%), Indústria Química (+3.335 postos ou +0,36%), Indústria Têxtil (+2.728 postos ou +0,27%) e Indústria de Materiais Elétricos e Comunicação (+2.090 postos ou +0,67%). A Indústria de Papel e Papelão (-354 postos ou -0,09%) e a Indústria de Material de Transporte (-143 postos ou -0,02%) evidenciaram leve queda no emprego.
Ministério do Trabalho