No lançamento de projeto de mineração da Vale para produção de potássio Cristina Kirchner enaltece confiança do Brasil.
Mineral é estratégico para a agricultura brasileira; País importa 90% do potássio que consome
O pronunciamento da presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, foi proferido ontem (19/07), durante o lançamento da usina de extração de potássio Rio Colorado, na Província de Mendoza – empreendimento que seria inviável até poucos anos, por causa da rivalidade entre os dois países.
Brasil e Argentina, disse ela, deixaram de se enfrentar e tornaram-se parceiros.
“Houve um giro de 180º com o presidente Lula e agora com a presidenta Dilma”, afirmou Cristina. “Argentina e Brasil deixaram de ser rivais para se converterem em sócios estratégicos empenhados para o desenvolvimento regional e em contribuir para a economia global”.
A futura usina de potássio é estratégica para Brasil e Argentina, ambos entre os maiores produtores de alimentos do mundo, mas é particularmente valiosa para o Brasil. Como quinto maior consumidor de fertilizantes do mundo, o País hoje importa cerca de 90% de potássio, mineral extensivamente utilizado na produção de adubos nitrogenados.
O investimento brasileiro para exploração da mina de Malargüe será realizado pela Vale, que também passará a ser uma das maiores empresas produtoras de potássio no mundo. Rio Colorado é, na verdade, um megaprojeto, e está entre os maiores já aprovados pelo Conselho de Administração da Vale. O investimento estava sendo ansiosamente aguardado em Mendoza
No valor de US$ 5,9 bilhões, com investimento total executado de US$ 1,1 bilhão e criação de 500 empregos diretos, Rio Colorado inclui a construção de uma ferrovia e 350 km de extensão e de uma linha de transmissão de energia elétrica de 120 km, acima do rio que dá nome ao projeto. A previsão para o início da produção é para o segundo semestre de 2014. Quando a planta do estiver concluída, sua capacidade de produção será de 2,4 milhões de toneladas anuais, elevando a Argentina ao posto de quinto maior produtor de potássio do mundo.
Como vantagem adicional do projeto, as futuras compras brasileiras reduzirão o superávit comercial do Brasil com seu vizinho mais importante, apaziguando a tensão das disputas alfandegárias que atualmente marcam a relação comercial entre os dois países.
Trata-se de “um nutriente imprescindível”, sublinhou a presidenta argentina, lembrando a complementariedade existente entre vários setores da economia entre os dois países.
“É preciso ter confiança no país, e (os investidores) não se equivocaram”, exultou Cristina.
Em seu discurso, ela enfatizou que todos os líderes políticos dos países sul-americanos devem se unir para assegurar o desenvolvimento da região, “Temos tudo o que o mundo necessita”, reiterou, ao apontar as condições que propicia a transformação da América do Sul em uma das maiores produtoras de alimentos e energia do mundo.