Gleisi afirma que Minha Casa, Minha Vida passa por processo de desmonte

Gleisi afirma que Minha Casa, Minha Vida passa por processo de desmonte

Gleisi: “Não entendo como Michel Temer quer melhorar a economia retirando de circulação um valor que teríamos de aplicação, em 2016, de cerca de R$12 bilhões”A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) denunciou, nesta segunda-feira (30), em plenário, o desmonte do ainda pequeno estado de proteção social existente no País, que procura proteger a população mais pobre do Brasil. Um estado de bem-estar social que, lembra Gleisi, começou a ser construído com a Constituição de 1988 e que foi aprofundado com os governos do presidente Lula e da presidenta Dilma, para que o País tivesse um mínimo de proteção social ao povo mais pobre e aos trabalhadores.

“O que estamos vendo agora pelas mãos do governo provisório do presidente Michel Temer é uma barbaridade em relação ao desmonte de programas que ajudam e que dão apoio a nossa população”, disse.

A senadora destacou o programa Minha Casa, Minha Vida, lançado em 2009 pelo presidente Lula, e considerado simbólico por correr sério risco de extinção nas mãos dos golpistas que estão no poder. “O Minha Casa Minha Vida representou sobretudo a possibilidade de fazer programas de larga extensão, que tem um impacto na vida das pessoas e na melhoria da economia do País”, apontou.

Atualmente o programa, considerado o maior programa habitacional do mundo, que tem mais de 4,2 milhões de casas contratadas e 2,6 milhões de unidades entregues e, segundo Gleisi, está servindo de referência para que outros países implantem programas habitacionais. “Um dos países que tem o Minha Casa, Minha Vida como referência é a China, que veio buscar tecnologia aqui no Brasil”, lembrou.

Gleisi também lembrou que, no último sábado, o jornal O Globo trouxe matéria dizendo que, em uma reunião com empresários da construção civil, o ministro provisório da Fazenda declarou que o programa Minha Casa, Minha Vida não receberá mais subsídio para a população mais pobre.

“Se não vai receber subsídio para a faixa que atende à população mais pobre, [o programa] perde sua razão de ser. O sucesso do programa está exatamente aí: pessoas que ganham até R$1.800 conseguem adquirir sua casa própria, porque têm um subsídio. Um subsídio com recurso do Orçamento da União, recurso do FGTS para pagar quase 90% do imóvel, e apenas 10% é financiado para quem vai comprá-lo, com uma prestação que fica em torno de R$50, R$60. É só dessa forma que uma pessoa pode ter casa quando ganha até R$1.800; que uma família pobre pode ter acesso à habitação”, explicou.

Além de ajudar os cidadãos mais carentes, a senadora explicou que o mercado de trabalho da construção civil também se beneficia do programa com a movimentação de material, mão de obra, entre outros setores de forma direta e indireta. “Eu não entendo como esse presidente provisório, Michel Temer, quer melhorar a economia do Brasil, retirando de circulação um valor que nós teríamos de aplicação agora, em 2016, de cerca de R$12 bilhões”, questionou.

O fato concreto, encerrou a senadora, é de que o Brasil deve passar por um processo de desmonte de um dos programas sociais mais bem-sucedidos do Brasil, que enfrenta não só o problema inerente aos direitos das pessoas de ter moradia, mas que também tem um impacto fundamental na economia e no desenvolvimento.

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