Clique na imagem para acessar o post da senadora GleisiAs ofensas do deputado tucano Valdir Rossoni, do Paraná, a uma professora custaram o cargo do parlamentar. Na terça-feira (26), de acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, Rossoni renunciou à presidência estadual do PSDB no Estado após chamar uma professora de História, Adriane Sobanski, de “biscate” em mensagem pelo Facebook. Pela mesma rede social, a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) comemorou o fato, que chamou de “uma vitória da dignidade feminina”.
“Rossoni renunciou à presidência estadual do PSDB após a senadora Gleisi Hoffmann protocolar pedido de esclarecimento junto à Procuradoria da Mulher sobre agressão moral e atitude machista do parlamentar”, diz o texto na página da senadora no Facebook.
Gleisi protocolou a denúncia alguns dias após a agressão de Rossoni. O caso, segundo a professora Sobanski, começou no dia 15 de maio, quando ela fez comentários em postagens no perfil do deputado na rede social. Em uma delas, o parlamentar disse sentir “vergonha” da presidenta Dilma Rousseff por causa da situação do País. A professora respondeu que Rossoni deveria ver primeiro a situação do Paraná.
Em resposta, o deputado tucano enviou, no dia 16, a seguinte mensagem privada à professora: “Pela (sic) seu desrespeito imagino q vc faz e sua casa vai procurar sua turma biscate”.
No dia 18 de maio, em discurso ao plenário, a senadora Gleisi anunciou que tomaria medidas contra o desrespeito. Além do pedido de investigação de Rossoni pela Procuradoria da Mulher na Câmara, a parlamentar prometeu apresentar um projeto para que o Código Penal, no seu artigo 140, possa abarcar a injúria por gênero – assim como reconhece a discriminação racial como agravante. A proposta (que se tornou o PLS 291/2015) foi apresentada dois dias depois.
“A sociedade brasileira não tolera mais que a falta de argumentos em debates, discussões, publicações, enfim, em qualquer exposição de opinião, culmine em adjetivações despropositadas à mulher”, disse Gleisi ao justificar a apresentação do projeto. Para ela, esse tipo de violência cresce e, ao final, resulta invariavelmente, em crimes mais graves, com agressões físicas e muitas vezes com a morte.
Carlos Mota, com informações do jornal O Estado de S. Paulo e da assessoria da senadora Gleisi Hoffmann
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