Gleisi desmascara governo sobre “melhoras na economia”

Com a atividade econômica em queda, taxa de juros a 7,5%, com juro real de 4%, e 12,9 milhões de desempregados, o Brasil está muito longe do cenário cor-de-rosa que o governo tenta pintar com o auxílio da grande mídia. O alerta é da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que voltou a cobrar do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, uma avaliação mais realista sobre a grave recessão que sacrifica a vida da maioria dos brasileiros.

“A economia está melhorando para quem?”, indagou Gleisi em pronunciamento ao plenário, na última quarta-feira (1). A atividade econômica, lembrou ela, está em queda. No segundo trimestre de 2017, por exemplo, registrou um declínio de 0.2% em relação aos três meses anteriores. O investimento caiu 29%. O governo, porém, celebra a baixa da inflação como um grande feito, fingindo desconhecer que, no caso atual, este é um sintoma mais do que preocupante.

Nos 13 anos de governos petistas, o Brasil conseguiu gerar 22 milhões de empregos formais.

Na véspera de seu pronunciamento em plenário, a senadora e presidenta nacional do PT já havia cobrado pessoalmente de Henrique Meirelles uma análise econômica que incluísse a maioria da população, e mão apenas os lucros do sistema financeiro. Em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos convocada para que o ministro da Fazenda explicasse a volta do Brasil ao Mapa da Fome da ONU, Gleisi e Lindibergh Farias (PT-RJ), líder da bancada petista na casa, bateram forte na incapacidade da equipe econômica de oferecer soluções para a deterioração das condições de vida dos brasileiros.

Desde que Temer assumiu, o Brasil registrou mais 1,6 milhões de desempregados e 3,5milhões de pessoas abaixo da linha da pobreza, lembraram os senadores do PT. “Vocês disseram que bastaria afastar a presidenta Dilma para que a economia voltasse a crescer, mas isso não se concretizou, muito pelo contrário”, ressaltou Lindbergh.

Para Gleisi, o que se vê no campo do emprego é o surgimento de vagas em condições precárias. Um exemplo é o anúncio publicado por redes de fast food em um jornal de Vitória (ES) recrutando trabalhadores para jornadas de cinco horas aos sábados e domingos, pagando R$ 4,45 a hora, o que resulta em um “salário” de R$ 170 ao mês.

“Nós estamos no fundo, do fundo, do fundo do poço. Vocês estão colocando o Brasil à bancarrota, por isso que Lula vai voltar”, afirmou Gleisi Hoffmann. Ela acompanhou parte do roteiro do ex-presidente em sua recente caravana por Minas Gerais e relatou ao plenário do Senado a disposição de Lula para ouvir as pessoas. “Ele pisa a terra, pisa a poeira, pisa o asfalto. Não tem medo de conversar com o povo”.