Senadora aproveitou o lançamento do Plano Safra 2014/2015 e para listar avanços do agronegócio
Gleisi: oferta de recursos a juros baixos são |
A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) participou na manhã desta segunda-feira (19), no Palácio do Planalto, da cerimônia do lançamento do Plano Agrícola e Pecuário para a safra de 2014/2015 e, na tribuna do Senado, à tarde, elogiou os investimentos no setor realizados tanto pela presidenta Dilma Rousseff quanto pelo presidente Lula.
A parlamentar lembrou que, em 2002, a oferta de crédito para financiar os produtores foi de R$ 15,7 bilhões. Para a safra de 2014/2015 esse valor chegará aos R$ 156 bilhões. Nesse período de doze anos, o aumento no volume de recursos corresponde a 893%. “A presidenta Dilma disse que, se o setor precisar de mais dinheiro, terá. Isso é importante, assim como o custeio, porque os juros cobrados continuarão subsidiados. Portanto, abaixo da taxa Selic”, afirmou.
Gleisi apontou que o plano, além de aumentar significativamente os valores destinados à produção agrícola e pecuária, também manteve em níveis baixos os juros cobrados dos produtores. “O governo está bancando, sim, a equalização, os juros controlados para o custeio e para o investimento. Dos R$ 156 bilhões, um aumento de 14,7% no que tivemos no ano passado, R$ 132,6 bilhões são com juros controlados e apenas R$ 23,5 bilhões com juros livres”, disse a senadora. Os juros do crédito agrícola variam de 4% a 6,5% ao ano.
Em seu discurso, a senadora lembrou que na semana passada um dos candidatos à presidente da República, no caso o senador Aécio Neves (PSDB-MG), considerou um absurdo o governo praticar juros subsidiados, porque, na avaliação dele, a formação das taxas de juros deve ficar nas mãos do mercado, para regular como lhe convém. Quem é do agronegócio sabe o que isso significa: juros elevados e praticamente nenhum crédito para os pequenos produtores. “Qual é a proposta para a agricultura brasileira desse candidato, porque, caso contrário, sem recursos e juros baixos, não teríamos a pujança que a agricultura tem hoje”, cobrou.
O resultado de novas tecnologias – muito em função dos órgãos públicos de pesquisa e difusão de tecnologia – pode ser constatado pelo aumento da produção de grãos no Brasil nos últimos doze anos. A produção de 2002 até hoje cresceu 97,5%, saindo de 96,8 milhões de toneladas para 191,2 milhões de toneladas da safra 2013/2014, enquanto que a área plantada nesse mesmo período cresceu num ritmo menor: 40,3% – em 2002, a área plantada foi de 40,2 milhões de hectares e atingiu na safra atual 56,4 milhões de hectares.
Na cerimônia no Palácio do Planalto, a presidenta Dilma enfatizou esse desempenho dizendo que o crescimento da produtividade só é possível com muita pesquisa, muito trabalho qualificado, muita gestão qualificada, muito investimento e que encontrou nesses doze anos o apoio das políticas do Governo Federal.
Gleisi observou que no lançamento do plano para o agronegócio empresarial, também foi anunciado um volume recorde de recursos para financiar o médio agricultor por meio do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural ( Pronamp ), no valor de R$ 16,6 bilhões. “Em 2002, nós dispusemos para o médio produtor cerca de R$ 600 milhões, um recurso muito baixo porque não tinha a diferenciação em termos de juros, de incentivo para o produtor pegar esse crédito”, disse a senadora. Na safra passada, essa linha recebeu R$ 13,2 bilhões e para a de 2014/2015 será de R$ 16,6 bilhões.
Em aparte, o senador Acir Gurgacz (PDT-RO) afirmou que os sucessivos recordes na produção agrícola, em Rondônia, no Paraná e nos demais estados brasileiros, se devem às políticas públicas adotadas nos últimos anos pelos governos do presidente Lula e da presidenta Dilma. “Através desses empréstimos o produtor tem conseguido levar tecnologia ao campo. O Brasil não tem aumentado a área de produção. Tem se preocupado em recuperar áreas degradadas e melhorar a produtividade com tecnologia. Isso só se faz com dinheiro. Não tem outra maneira de se fazer isso”, afirmou.
Armazenagem
Gleisi parabenizou os agricultores paranaenses e as cooperativas agrícolas por estarem liderando a tomada de financiamentos destinados à armazenagem de grãos. Na safra passada, dos R$ 5 bilhões, R$ 4 bilhões já foram executados. “Tenho orgulho de dizer que o Paraná é um dos maiores tomadores de crédito para fazer infraestrutura em armazenagem. Uma rede de armazenagem é fundamental e a iniciativa privada está fazendo isso em parceria com o setor público, porque uma taxa de juro de 4%, subsidiada, ajuda o produtor a fazer um armazém mais barato e ter retorno para guardar sua produção e aproveitar o preço de mercado”, afirmou.
Marcello Antunes
Confira apresentação do Plano Agrícola e Pecuário para a safra 2014/2015