No período em que foi ministra da Casa Civil, Gleisi disse que “muitas coisas eram faladas e colocadas na boca da presidenta”. “Muitas vezes abríamos os jornais e nos perguntávamos: mas quem falou isso e nos atribuiu tal fala? E hoje parece que, de novo, nós estamos vendo exatamente isso acontecer”, afirmou. Os movimentos de setores inconformados com os resultados da eleição, segundo Gleisi, estão tentando “minorar a aliança do Governo e, com certeza, causar prejuízos na governabilidade”.
A parlamentar recordou embates duros com lideranças como o deputado Eduardo Cunha (RJ), líder do PMDB na Câmara Federal, mas garantiu que sempre foi possível manter a aliança. No Twitter, Cunha escreveu recentemente que o “PMDB faz parte da base do governo e assim continuará”. A obviedade da afirmativa, em vista da boataria que toma conta do meio político, espantou a senadora. Ela ressaltou, no entanto, que ações como essas são necessárias porque estão tentando dividir o Governo e o PMDB. “Não vão conseguir. Temos uma história de lutas e de êxitos”, lembrou.
A senadora afirmou que, agora, devem prevalecer as posturas que buscam o consenso e o entendimento no ambiente do Congresso Nacional. “Tenho certeza que as disputas ou as discussões internas do parlamento, inclusive sobre a direção do Congresso, não vão importar, não vão impactar nas relações da base com o Governo. Nós todos temos maturidade, mas, sobretudo, temos responsabilidade perante este País de conduzi-lo a um melhor termo”.
Gleisi Hoffmann também defendeu a reforma política, com medidas como o fim da suplência de senadores e do financiamento de campanha por pessoas jurídicas.
Eleições regionais
Gleisi também parabenizou os paraenses pelo processo de escolha democrática do novo governo do estado. No entanto, ela lamentou que a campanha no Paraná tenha sido marcada por troca de acusações e pela falta de propostas. A senadora chegou a ser acusada de virar as costas para o estado quando, na verdade, priorizou a gestão à frente da Casa Civil.
A senadora acrescentou que irá cobrar o cumprimento de todas as promessas feitas pelo governador reeleito, Beto Richa, do PSDB, e aproveitou para criticar a medida adotada por ele de cortar 30% do orçamento para equilibrar as contas e poder pagar pessoal e o 13º salário, apesar de o estado ter recebido empréstimos e a União ter liberado todos os recursos para o Paraná.